São Paulo - Os bancos já distribuíram parcela maior do seu lucro líquido aos bancários a título de PLR. Em 1995, a distribuição nos maiores privados era de 14% do LL e em 2011 este valor caiu para menos da metade, ou 6,4% em média.
> Bancos mantém proposta e levam bancários à greve
Um “truque” no balanço dos bancos deve fazer com que, este ano, grande parte dos bancários veja diminuir sua parte na participação nos lucros e resultados. Nos últimos anos, os três maiores bancos privados atuantes no país – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, que juntos somam quase 220 mil bancários – pagaram a regra “cheia”, ou seja, chegaram ao teto individual de 2,2 salários para cada bancário. Mas este ano o cenário deve ser diferente.
Com crescimento da provisão para devedores duvidosos (PDD) de em média 30%, mesmo com a inadimplência estável, o setor viu o lucro subir menos que em anos anteriores (veja abaixo tabelas).
“Se a regra for mantida como está, vão pagar menos a seus funcionários. É o caso de Bradesco, Santander e HSBC. No caso do valor adicional, praticamente todos devem receber menos já que ele é calculado sobre 2% do lucro líquido que cresceu menos diante dessa manobra contábil do PDD”, explica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
“Cobramos mudança na regra. Os bancos não aceitaram e também não apresentaram outra proposta” relata a dirigente.
Programas próprios – As metas abusivas no Itaú subiram ainda mais e grande parte dos trabalhadores não receberão o Agir. No HSBC, com o PDD que subiu 60%, provavelmente ninguém deve receber PPR.
“Num setor tão lucrativo, que a cada quatro ou cinco anos pode dobrar seu patrimônio, não é possível aceitar PLR menor para os trabalhadores. Se os bancos não mudarem, a greve será nossa saída”, completa Juvandia.
Cláudia Motta - 4/9/2012