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Boca no Trombone reflete indignação da categoria

Linha fina
Mensagens de trabalhadores de bancos públicos e privados mostram revolta com Fenaban na mesa de negociação e também denunciam práticas antissindicais. Participe! Use o espaço para soltar o verbo
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São Paulo – “0,7% de aumento real e mais nada. Será que os banqueiros se contentariam com 0,7% de aumento nos lucros? Medicamentos faixa preta para o resto da vida, tratamento psicológico para suportar a pressão, jornada de média de 11 horas por dia sem intervalo para almoço. É assim que o HSBC trata seus gerentes com mais de 20 anos de casa, como eu. Chega de descaso, greve já!!! Juntos podemos mais.”

O depoimento do gerente foi enviado para o Boca no Trombone, no site do Sindicato, e resume um pouco da revolta causada pela falta de valorização aos trabalhadores, que os banqueiros demonstraram na mesa de negociação da Campanha. Após oito reuniões, sendo três exclusivas sobre remuneração, nenhuma proposta digna.

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“É um absurdo nosso salário. Trabalhamos seis horas equivalendo a oito horas. O Bradesco cobra e cobra, inclusive tem agência que os caixas devem cumprir metas correndo o risco de pagar diferenças. É um desrespeito. Somos obrigados a virar telefonista e atender o fone no terceiro toque, pois eles testam as agências com serviço eletrônico que identifica o funcionário que atendeu.”

A indignação também aparece nos bancos públicos: “Ridículo o que ocorre nas agências da Caixa Econômica, onde gestores estipulam escalas forçadas de folgas para minimizar o pagamento de horas extras nas agências! E, pior, as agências possuem poucos funcionários. Nesses dias de folga, o serviço sobra para o restante dos trabalhadores!”.

“Desde o ano passado o Banco do Brasil enrola a respeito da jornada de seis horas! É um direito constitucional, poxa, e não um pedido qualquer! O mote principal da campanha deste ano deve ser este! Respeitem o art. 7º, inciso XIII, da Constituição Federal de 1988!”

As mensagens vêm também de outros estados: “Superintendente Regional de Juazeiro do Norte (CE) faz audioconferência todos os dias após as 17h e obriga os funcionários de seis horas a ficar para assistir e ouvir as cobranças e ameaças”.

Antissindical – Além de expressarem a revolta com o descaso dos banqueiros, os trabalhadores também já denunciam esquemas de contingenciamento para greve e pressão interna para evitar a paralisação.

“Estão fazendo com que os funcionários do Itaú Unibanco CA Patriarca cheguem às 4h para burlar a greve”, relata uma mensagem. Outra, corrobora: “Prezados, o Itaú preparou contingência para o pessoal do CA Patriarca ali na Boa Vista”.

Tentativas de constrangimento por comunicados internos também são denunciadas. “O negociador do BB enviou um comunicado aos funcionários, falando dos nossos ganhos nestes últimos anos e que é para o funcionalismo repensar. Só que ele não diz o quanto os bancos têm lucrado neste mesmo período. E as reivindicações específicas, os funcionários incorporados, o VCPI que não é pago. Deixa de balela. Contra enrolação, nossa arma é a greve.”


Redação – 5/9/2012

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