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Clientes usam caixas eletrônicos e apoiam greve

Linha fina
Em diversas instituições financeiras no centro da cidade de São Paulo população obteve sucesso nas transações em caixas eletrônicos
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São Paulo – Vários clientes que procuraram serviços bancários no segundo dia de greve da categoria, em agências do centro da capital, conseguiram resolver suas demandas nos caixas eletrônicos. Foi o que constatou a reportagem do Sindicato na manhã desta quarta-feira 19.

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O atendente de logística Fábio Felix procurou uma unidade da Caixa Federal da Rua Sete de Abril para consultar sua conta e não teve problemas. No mesmo local, o vendedor Nilson Augusto efetuou seu saque.

Na agência Praça do Patriarca do Itaú a situação não foi diferente. Por volta das 10h20, Lucio Oliveira, que trabalha como ourives no Centro, procurou a agência para efetuar um depósito e nem precisou enfrentar fila. O segurança Edmilton João também estava no local, mas para sacar dinheiro. Não encontrou notas de R$ 10 e foi orientado por um dirigente sindical a tentar o saque em outra agência há poucos metros, na mesma praça, onde obteve sucesso na transação.

Aprovação – Além de conseguir realizar um saque na agência da Caixa Federal da Rua Boa Vista, a caixa de loja Ana Paula Trofino criticou a proposta dos bancos para os trabalhadores. “Só isso de aumento? Tem de fazer greve mesmo!”, comentou.

Enquanto clientes utilizavam normalmente o serviço dos caixas eletrônicos da agência do Itaú da Rua XV de Novembro, uma estudante de Serviço Social conversava com um representante do Sindicato no local: “Vários setores deveriam parar juntos em São Paulo. O resultado só beneficiaria a população, já que os bancos ganham tanto dinheiro que estão ‘surfando’ em cima do que ganhamos trabalhando tanto. Isso aqui é um exemplo”. Rosilene Monteiro, que trabalha como segurança e passava em frente ao local, também deu sua opinião: “Se todas as categorias fossem organizadas como os bancários, muita coisa mudaria no Brasil. Também tenho contas para pagar, mas eu apoio essa greve, temos alternativas”.

Também na Rua Boa Vista, a estudante Paula Marabbi efetuou o pagamento do boleto do seu aluguel antecipadamente, que venceria no dia 20. No Santander da João Brícola, a professora Aline Sampaio retirou extrato e efetuou saque ao lado de seu marido. “Não nos sentimos prejudicados com a greve”. E na agência da Caixa Federal da Rua São Bento, no edifício Martinelli, o auxiliar de cobrança Robson dos Santos retirou na própria máquina do autoatendimento o seu extrato do fundo de garantia.

Terceirizada – Na porta do autoatendimento de uma agência do Bradesco da Rua Barão de Itapetininga a reportagem encontrou uma cliente insatisfeita, mas não com a greve. “Essa é a única arma do trabalhador, fazer greve quando não tem suas reclamações resolvidas pelo patrão”, disse Juliana da Cruz. O motivo da queixa foi o atraso do pagamento do seu salário e vale-refeição. Ela é atendente de telemarketing da empresa Vidax para clientes do Bradesco que têm de resolver problemas com cartão de crédito. “O cliente tem problemas com o banco e liga para reclamar, acha que está sendo atendido por um bancário, e na verdade o trabalho é feito por nós, terceirizados que ganhamos um salário bem menor que o da categoria bancária”, relatou revoltada a trabalhadora.

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Gisele Coutinho – 19/9/2012

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