São Paulo – Pressão diária pelo cumprimento de metas cada vez maiores, ameaças constantes de demissão e estresse provocado por um assalto à agência foram algumas das causas para o afastamento por doença ocupacional, que já dura um ano, de uma bancária.
A trabalhadora, que não será identificada, relata que demorou vários meses para se afastar com receio de ser demitida. “Já tomava medicamentos para suportar a pressão que vinha sofrendo no banco. Ficar sob a mira de uma arma durante o assalto foi demais para mim e meu médico acabou me afastando”, lembra.
Durante todo o período em que está afastada, ela lembra que uma das piores surpresas foi quando descobriu que o crédito do vale-alimentação estava suspenso. “Fui ao supermercado e, quando passei o cartão para a compra, me disseram que estava com o saldo zerado. Não estava preparada para aquilo e tive de pagar com o dinheiro que havia reservado para outras despesas do mês. Liguei para o banco e disseram que o pagamento era apenas pelos seis primeiros meses”, recorda. “Acho isso muito injusto, pois dediquei muito tempo de minha vida ao banco, comprometi minha saúde no trabalho e agora, que mais necessito de apoio, ocorre isso.”
Com filhos pequenos, ela afirma que chega a gastar R$ 1 mil ao mês no supermercado. “Gastamos cada vez mais com essas compras. Está tudo muito caro. Sem contar que tenho de desembolsar muito dinheiro com remédios para meu tratamento, alguns medicamentos que têm de ser manipulados chegam a custar R$ 300. Sinto-me duplamente prejudicada, por estar doente por causa do banco e ainda perder direitos como o vale-alimentação.”
Campanha 2013 – Uma das principais reivindicações da Campanha 2013 é que o vale-alimentação dos afastados não tenha mais o limite de 180 dias.
Jair – 4/9/2013
