Pular para o conteúdo principal

Bancários que recebem piso relatam dificuldades

Linha fina
Alguns funcionários com mais de 20 anos de banco reclamam que nunca foram promovidos e têm de passar o mês com R$ 1.519
Imagem Destaque

São Paulo – Uma das principais reivindicações da greve nacional dos bancários é o piso salarial de R$ 2.860,21. O valor equivale ao que o Dieese calcula como o mínimo para atender às necessidades mensais do trabalhador.

Há vários exemplos que mostram como essa pauta é justa. Há casos de escriturários com mais de 20 anos de banco que recebem apenas R$ 1.519. É o caso de um bancário com mais de 50 anos e que leva mais de duas horas para chegar diariamente ao trabalho.  Atualmente, é o único do setor. Todos os colegas foram demitidos e substituídos por terceirizados que realizam o mesmo serviço. Se a situação do bancário já é ruim, a desses terceirizados é ainda pior: com salários entre R$ 700 e R$ 900, esses trabalhadores não têm direito às conquistas dos bancários, como a PLR, e recebem vale-refeição de apenas R$ 10.

“É muito difícil sobreviver com esse salário. Além disso, convivo com o medo de ser substituído por um terceirizado. Eu tenho dois filhos e uma esposa, que não trabalha. Nunca vejo o meu salário no fim do mês, pois ele é todo comprometido com empréstimos que eu pego do próprio banco para poder pagar minhas contas”, explica o bancário.

O trabalhador ressalta a importância do piso do Dieese. “É o mínimo que o banco tem que nos propiciar para que tenhamos uma vida com dignidade”, defende.

Outro também com mais de 20 anos na função, recebe o piso desde que entrou na instituição. E conta que a maioria de seus colegas, quando não são terceirizados, recebem os mesmos R$ 1.519 mensais. Além do baixo valor do piso, o trabalhador se queixa das poucas oportunidades de promoção que o banco oferece. “Até hoje o meu salário é o piso. Já tentei algumas vezes me inscrever em concursos internos, mas até me arrependo, pois de nada adianta. A impressão que a gente tem é que não precisa ter esses processos, pois as cartas já estão marcadas. Isso que o banco faz, com essa proposta, é uma humilhação. Se eles fossem justos, nem estaríamos em greve”, explica.


Redação – 30/9/2013
 

seja socio