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Caixa tem de respeitar jornada dos empregados

Linha fina
Em negociação, dirigentes sindicais afirmam que não renovam cláusula de compensação de horas se empresa não mudar de postura
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São Paulo – Se a direção da Caixa Federal não disponibilizar o Sipon (Sistema de Ponto) a todos os trabalhadores, inclusive aos gerentes, e não respeitar o prazo de comunicar os empregados com cinco dias de antecedência sobre quando devem folgar, os representantes dos trabalhadores tendem a não renovar a cláusula 6ª do acordo aditivo que trata da compensação de horas extras.

O recado foi dado pelos representantes dos empregados aos negociadores do banco público na quarta rodada de negociação específica da Campanha 2013 nesta terça-feira 3, em Brasília, que tratou dos temas jornada, Sipon, terceirização e Funcef.

A cláusula 6ª estabelece que a jornada de trabalho poderá ser prorrogada excepcionalmente e é assegurada a aplicação do percentual de 50% sobre o valor da hora normal ou a compensação, com folga, das horas extraordinárias. “Queremos acabar definitivamente com o trabalho gratuito dentro da Caixa e para que isso ocorra, todos têm de marcar o ponto, inclusive os gerentes, como acontece atualmente com os empregados que ocupam este cargo na capital paulista. Se a cláusula não for renovada a lógica passará a ser: hora extra feita, hora extra paga”, afirma o integrante da Comissão de Empresa dos Empregados (CEE), Dionísio Reis.

> Sipon é obrigatório também aos gerentes da Caixa

Segundo o dirigente sindical, os representantes da Caixa afirmaram que a exigência de marcação no Sipon, cuja implantação em todo o país foi concluída em 31 de agosto, “atrapalha” esses comissionados. “Não concordamos com isso. Além de esses empregados serem discriminados em relação aos demais, o fato de não estarem obrigados a acessar o Sipon, possibilitará a algumas chefias pressioná-los para que prossigam trabalhando além de sua jornada a partir de um terminal por elas disponibilizados. Ou seja, sem a obrigatoriedade a gerentes, o Sipon perde todo o sentido que é o de combater o trabalho gratuito”, afirma.

Os negociadores da Caixa afirmaram que não é orientação do banco haver qualquer tipo de marcação paralela de ponto e que todos devem assinalar corretamente sua jornada e todas as horas extras. Afirmaram ainda que desconhecem haver locais na empresa onde ocorram horas extras sistemáticas. “Convidamos os representantes dos bancos a saírem dos gabinetes e percorrerem as agências, nas quais os caixas extrapolam diariamente sua jornada em pelo menos uma hora, tal o fluxo de usuários que têm de atender. Ou seja, quem negocia pela empresa tem de conhecê-la para resolver os problemas”, afirma Dionísio, destacando que também foi cobrado o cumprimento da jornada de seis horas a todos os bancários sem redução de salário.

Os dirigentes afirmaram ainda que, também devido à sobrecarga de trabalho, grande parte dos empregados não pode fazer os cursos de seis horas por mês dentro da jornada da Universidade Caixa, que é uma das exigências para a promoção. A essa crítica, os negociadores do banco responderam: “só não fez curso quem não quis”.

Terceirização – Os empregados denunciaram que a abertura de novas agências com número reduzido de empregados tem comprometido o atendimento nas unidades, o que provoca o aumento na procura de casas lotéricas e outros correspondentes bancários pelos clientes, principalmente de baixa renda. “Reforçamos que isso vai contra o papel do banco público, pois o que tem de haver é o aumento do número de empregados por agências”, diz Dioníso. A essa questão a Caixa respondeu que não vê relação entre o número de empregados em pouca quantidade com o aumento da procura por correspondente bancário.

Funcef – Na reunião os trabalhadores voltaram a cobrar o fim da discriminação aos empregados que não saldaram o REG/Replan e, em função disso, são impedidos de migrar para o PCS (Plano de Cargos e Salários) de 2008 e para o PFG (Plano de Funções Gratificadas) de 2010. A Caixa voltou a negar a reivindicação.

Conselho de Administração – A direção da Caixa informou que foi formada comissão eleitoral – composta por representantes do banco e da Contraf-CUT – para organizar novo calendário para a eleição do representante dos empregados no Conselho de Administração do banco público. O processo será retomado após o movimento sindical pressionar pela mudança na regra que impedia que cerca de 80% dos trabalhadores pudessem se candidatar.


Jair Rosa - 3/9/2013
 

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