São Paulo - A greve dos bancários chega nesta segunda-feira a 12 dias e a total responsabilidade por esse quadro é dos banqueiros. Desde 5 de setembro, ou seja, há exatos 25 dias, os negociadores da federação dos bancos (Fenaban) sabem que os bancários não aceitariam a proposta de 6,1% de reajuste, sem qualquer aumento real para salários, piso, vales, auxílios, nem para a PLR.
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Os bancos começaram com a choradeira de sempre, de que os lucros não subiram tanto e a economia do país não vai bem. Mas os números desmentem totalmente essa versão dos patrões. O lucro líquido do setor atingiu o patamar de R$ 59,7 bilhões nos últimos 12 meses findos em junho de 2013, o que representa crescimento de 7% em relação ao mesmo período entre 2011 e 2012 (R$ 55,8 bilhões). Este ano, o resultado promete ser melhor ainda, já que o lucro líquido dos seis maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) atingiu R$ 29,6 bilhões, com crescimento de 18,2% (primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período de 2012).
> Quem faz a greve é o bancário
Nem a crise internacional é pretexto: em setembro de 2008, auge dos problemas, o total de ativos de 156 bancos que entregaram balanços ao Banco Central do Brasil era de R$ 3,006 trilhões. Em junho deste ano, os ativos de 140 bancos – 16 desapareceram por conta das fusões no setor – alcançaram R$ 5,705 trilhões, salto de 89%. Assim, os ativos dos bancos no Brasil, que chegava a 100% do Produto Interno Bruto passou, em cinco anos, para 126% do PIB do país (levantamento da consultoria Austin Rating).
A economia brasileira também vai bem, principalmente se comparada ao mundo em crise: crescimento do Produto Interno Bruto de 1,5% no segundo trimestre do ano (um dos maiores do mundo), desemprego em queda – 6,1%, o menor da história – e avanço de 5,8% no rendimento médio dos trabalhadores (dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, Pnad 2012, do IBGE).
“Ou seja, os bancos não retomaram as negociações até agora porque não querem. Resta aos bancários fortalecer ainda mais a greve para pressionar por uma proposta decente, como merecem os trabalhadores da categoria”, reforça a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembrando que o Comando Nacional enviou carta aos banqueiros, cobrando a volta à mesa. “A bola está com eles. Se querem o fim da greve, têm de negociar. Dinheiro não falta, falta é respeito aos funcionários.”
Forte – Na sexta-feira 27, quando os bancários completaram nove dias em greve, mais de 29 mil cruzaram os braços em 559 locais de trabalho (545 agências e 14 centros administrativos). No Brasil, 10.633 unidades de bancos públicos e privados fecharam em 26 estados e no Distrito Federal.
Comando e assembleia – O comando de greve reúne-se hoje, no Sindicato (Rua São Bento, 413), a partir da 17h. Amanhã tem nova reunião, às 16h, na Quadra (Rua Tabantinguera, 192, Sé), um pouco antes da assembleia que está marcada para 17h. O objetivo é avaliar o movimento e organizar os próximos dias da paralisação.
Redação - 27/9/2013
(Atualizado às 10h43 de 30/9)
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Bancos não se manifestam desde o dia 5, quando foram informados de que bancários não aceitariam reajuste de 6,1% sem aumento real de salário. Dinheiro tem: lucro do setor bateu casa dos R$ 59 bilhões
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