São Paulo - A greve nacional da categoria bancária, que completa nove dias nesta sexta-feira 27, tem ganhado solidariedade dentro e fora do país.
Em carta enviada à Contraf-CUT, a UNI Américas manifestou “seu mais profundo apoio e solidariedade” à paralisação dos bancários. A nota critica ainda a proposta de reajuste apresentada pela Fenaban (6,1%) aos bancários: “Frente à postura de sequer repor a inflação do período, de não reconhecer o esforço de bancárias e bancários que garante aos bancos brasileiros a maior taxa de rentabilidade e lucratividade do mundo, a UNI Américas oferece todo seu apoio à greve e conclama o setor patronal a negociar e atender às reivindicações da categoria bancária”.
A UNI Américas representa a UNI Global Union no continente, sindicato mundial que abrange mais de 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços.
Ridícula – Em discurso no plenário da Câmara, em Brasília, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) também manifestou apoio ao movimento: “Meu apreço, meu apoio e parabéns para a direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo e para os sindicatos de bancários de todo o país, à Contraf, aos milhares de militantes que estão nas ruas”.
Berzoini (foto acima), que já foi presidente do Sindicato (de 1994 a 2000), criticou a postura da federação dos bancos (Fenaban) que ao invés de “ter o bom senso de evitar o conflito” apresentou proposta “absolutamente ridícula” e que “não tem nada a ver com a realidade do sistema financeiro”. E destacou: “chamo a atenção do Ministério da Fazenda para perceber que o Banco do Brasil e a Caixa, nesse sentido, adotam comportamento muito semelhante ao dos bancos privados”.
Dignidade – O deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), outro ex-presidente do Sindicato, também se pronunciou na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo sobre a paralisação. “Esses trabalhadores não estão lutando apenas por aumento salarial. Estão lutando por dignidade e respeito.” O parlamentar (foto à direita) ressaltou, ainda, a lucratividade e rentabilidade do setor bancário no Brasil, que mostram que as instituições financeiras podem valorizar seus funcionários. “Os banqueiros são os únicos que continuaram a lucrar mesmo durante a crise. As cobranças de juros e tarifas sustentam essa rentabilidade que não é revertida nem para os bancários, nem para a população. O povo também está insatisfeito.”
CUT - Em sessão solene em homenagem aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na Câmara de Osasco, a greve também recebeu manifestações de apoio de cinco vereadores: professora Mazé, Valdir Roque e Aloísio Pinheiro, do PT, Dinei Simão (PSC) e Valdemiro Ventura (PSL).
O presidente da Central, o bancário Vagner Freitas também declarou seu apoio: “A greve dosbancários é por aumento de salários e também para ajudar o cliente e o Brasil”. Ele também criticou o sistema financeiro que, no país, “só serve para especulação”
Redação - 27/9/2013
Linha fina
Bancários contam com a solidariedade internacional da UNI Américas e são defendidos nas tribunas da Câmara dos Deputados, da Assembleia Legislativa de São Paulo e na Câmara de Osasco
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