São Paulo – O Sindicato recebeu um relato de um funcionário do Banco do Brasil que retrata a péssima situação dos funcionários e contraria o discurso oficial da direção do BB de que seria uma excelente empresa para trabalhar.
As informações só reforçam que os funcionários devem aderir à campanha por salário, dignidade e respeito. “Chegou a hora de darmos o troco que a direção do BB merece. Na remuneração, estamos lutando para aumentar o piso salarial e melhorar o valor das promoções por mérito e fazer alterações no plano de função, que o banco até agora afirma que não mexe uma vírgula sequer. Queremos ascensão profissional transparente e objetiva com provas e títulos, sem apadrinhamento. Mais do que tudo, o funcionário também quer paz para trabalhar e não ser assediado diariamente”, afirma Ernesto Izumi, diretor executivo do Sindicato.
Leia o relato do bancário
“Acompanho o site frequentemente, e acho que deveria colaborar. Sou escriturário em uma agência do BB. E a questão de metas é muito mais importante até que remuneração. Nas duas agências onde trabalhei todos os gerentes tomam tarja preta, muito dos meus amigos não querem nem subir de cargo, inclusive eu, pois sabem que não terão paz nem no fim de semana. Eles te dão horas extras se você vender, quem não vende não ganha. A maioria prefere nem ganhar, mas aí decorrem as humilhações perante os colegas. Quem vende ganha comissão de caixa apenas porque vende, mesmo que nunca tenha ficado no caixa. Já os caixas de verdade são ameaçados de perder a gratificação caso não vendam.
Devido a todo esse clima, é comum colegas implorarem para que nossos clientes nos ajudem e o pior é que essa ajuda extrapola em muito a capacidade do cliente, que faz seguro sem querer, pega dinheiro sem querer, e como as metas são diárias, pegamos um cliente já afundado e afundamos ele dia D após dia D. Isso também gera por parte dos clientes insatisfação e muitos humilham os funcionários, e para piorar o gerente se junta ao cliente, lógico, e acaba sobrando principalmente para o funcionário da ponta, que é cobrado, recebe ordens para que faça o seguro mesmo sem avisar expressamente.
E assim vão os abusos. Portanto, precisamos enfatizar que METAS ABUSIVAS, ASSÉDIO, são a principal base. Para aguentar o que aguentamos deveríamos ganhar muito mais, mais muito mais. Os bancos estão explorando o funcionário até o fim. Mesmo se o salários fossem o triplo, creio que muitos não ficariam por muito tempo. Posso garantir que no mínimo 20% do salário fica em seguros... e outros produtos que compramos sem precisar mesmo já tendo vários. Vejo gente nova com 24, 25, 26 anos indo em psiquiatra. Devemos coibir o desastre que os bancos causam na nossa sociedade”.
Redação - 19/9/2013
