São Paulo – Agência do Itaú localizada na Lapa foi reaberta pelo Sindicato nesta segunda-feira 9 após a promessa do banco de contratar mais um funcionário para o atendimento aos clientes. A unidade havia sido interditada na quinta 5 e sexta 6, quando o Sindicato constatou que apenas duas caixas estavam atendendo um grande volume de clientes. Uma terceira funcionária está de licença médica.
A dirigente sindical Valeska Pincovai ressalta que além da contratação de um funcionário, o Itaú também se comprometeu a deslocar um bancário de outra agência com menos fluxo, caso haja superlotação naquela unidade.
“Vamos acompanhar a movimentação. Se a agência estiver muito lotada e os caixas não tiverem condições de atender os clientes, nós vamos fecha-la novamente”, afirma a dirigente, acrescentando que o Sindicato também vai intervir se o banco não contratar em breve um novo funcionário.
Mais contratações – O caso da Lapa pode ser visto como um microcosmo da situação dos bancários nas questões que envolvem saúde e sobrecarga de trabalho. Em 2012, mais de 21 mil bancários tiveram que se afastar do trabalho, dos quais 25,4% por doenças como estresse, depressão, síndrome do pânico e transtornos mentais ligados ao trabalho. Outros 27% por doenças do sistema osteomolecular, como as LER/Dort. Os números são do INSS.
Para os que restam, sobra o acúmulo das tarefas dos bancários que adoeceram e se licenciaram, além das metas diárias a que estão submetidos. Para piorar a situação, os bancos cortam postos de trabalho. O Itaú, por exemplo, foi o banco que mais empregos extinguiu. De junho de 2012 a junho de 2013, foram eliminados 4.458 postos de trabalho.
Um das principais reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2013 é por mais contratações no setor. Ao invés disso, grandes bancos como o Itaú estão demitindo.
“Esse quadro afeta o atendimento aos clientes, que já são obrigados a arcar com tarifas e serviços caros”, afirma Valeska. De acordo com o balanço do banco, só com as receitas provenientes dos serviços e tarifas cobrados dos clientes, o Itaú consegue cobrir as despesas com pessoal em 170%. Ou seja, consegue pagar todos os funcionários e ainda restam 70% da folha.
“É uma política perversa. O banco demite, sobrecarregando os funcionários remanescentes, que adoecem e se licenciam por causa do volume de trabalho acumulado, fazendo com que o atendimento ao cliente fique ainda mais prejudicado. Ao mesmo tempo, o banco lucrou R$ 7 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano”, critica Valeska.
Rodolfo Wrolli – 9/9/2013
Linha fina
Após compromisso, Sindicato reabre unidade que estava fechada por falta de funcionários. Novo caixa irá substituir bancária de licença médica
Imagem Destaque