São Paulo – “Ninguém faz greve sem necessidade, né? E se ela é pacífica, estão no direito deles.” Antônio Dias, 73 anos, é cliente do Bradesco e usava tranquilamente o autoatendimento da agência 15 de Novembro, fechada novamente no segundo dia de greve. “Os bancários estão pedindo 11% (11,93%) e eles estão oferecendo 6% (6,1%), né? Estão miguelando. Só o que ganham com as tarifas que cobram da gente eles conseguem pagar todo mundo. Quando a gente tira o extrato eles cobram R$ 2,50. Isso é um roubo! E ainda estão diminuindo cada vez mais os caixas nas agências”, criticou.
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“Sou a favor da greve porque é por melhores condições de trabalho. São só os bancos que ganham? Não dá! Tem que ter aumento real em cima”, opina o aposentado Ademir Tinti, 63 anos, sobre a proposta da federação dos bancos (Fenaban), que apenas cobre a inflação. “É desproporcional comparado com o que eles ganham”, acrescenta, antes de deixar o terminal de autoatendimento de uma agência do Bradesco no centro velho, fechada novamente no segundo dia da paralisação.
“A gente tem de lutar pelos direitos da gente”, afirma a recepcionista Dora Santos, 67 anos, que também usava o caixa eletrônico da agência Bradesco da 15 de Novembro.
Dora conta que o irmão é bancário e que sempre reclama de estar sobrecarregado. “Ele sempre diz que está cansado, que está trabalhando muito porque faltam funcionários. E a gente que é cliente sabe disso: se você vai no banco, fica meia hora na fila porque tem pouco caixa pra atender. O lucro só vai pro bolso dos banqueiros?”, questiona.
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Andréa Ponte Souza - 13/9/2013
Linha fina
Para correntistas, bancos ganham muito com tarifas para “miguelar” com proposta de 6,1%
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