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Polícia para quem precisa

Linha fina
Em vez de negociar e apresentar proposta decente para acabar com a greve, bancos utilizam polícia militar para tentar forçar bancários a trabalhar
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São Paulo – Durante a greve os bancos são responsáveis por muitos absurdos. Um deles é solicitar força policial para tentar forçar os bancários a trabalhar.

Tudo começa com os interditos proibitórios. “Um desvio jurídico, já que o interdito é para impedir ofensa à posse e o que o bancário quer quando fica à frente das agências, não tem relação alguma com a propriedade. Deseja convencer os demais colegas a aderir a greve e exercer esse direito constitucional. Interdito nenhum tem o condão de repelir os bancários dos locais de trabalho”, explica o secretário Jurídico do Sindicato, Carlos Damarindo.

Para piorar, os bancos pedem a intervenção da Polícia Militar para fazer valer as liminares das ações de interdito, causando grande desgaste aos trabalhadores e muitas vezes colocando-os em risco.

“A Justiça, quando concede reforço policial, acaba atendendo a uma demanda dos bancos e retirando efetivo necessário à segurança pública para prestar serviço a um setor privado. E coloca o policial do lado dos bancos, já que podem ser solicitados, a qualquer requerimento deles”, critica Damarindo.

Na maior parte dos interditos concedidos aos bancos, não está permitido uso de força policial. É o caso do Banco do Brasil e do Itaú em São Paulo e do Bradesco em Barueri. No Bradesco em Osasco a Justiça autorizou o reforço da PM. O Santander teve a liminar de interdito indeferida.

Tiro pela culatra – Em alguns casos, quando a força policial é bem preparada e conhecedora dos princípios da Lei de Greve, a intenção dos bancos, de forçar a entrada dos trabalhadores, acaba sendo contrariada. Há situações em que os policiais abordam os trabalhadores e, ao saber que não querem entrar para trabalhar, mas estão sendo coagidos, deixam claro que a greve é um direito.

“Se os bancos querem mesmo acabar com a paralisação, basta fazer uma proposta decente à categoria. Essa utilização dos interditos e da polícia, além de injusta, não tem efeito. Pelo contrário, revolta os bancários e fortalece o movimento”, afirma o secretário Jurídico do Sindicato, Carlos Damarindo.

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Cláudia Motta - 27/9/2013

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