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Sob chuva, passeata com 2 mil pressiona bancos

Linha fina
No sexto dia de greve, trabalhadores tomam a Paulista para pressionar Fenaban a retomar as negociações; mais de 2 mil caminharam sob frio e chuva
Imagem Destaque

São Paulo – Os bancários deram mais uma demonstração da força na sua greve. Nesta terça 24, após um dia inteiro de muita mobilização nos locais de trabalho, a categoria realizou uma grande passeata na Avenida Paulista com mais de 2 mil trabalhadores, no final de uma tarde fria e chuvosa.

> 30 mil parados no sexto dia de greve

A caminhada em São Paulo, encerrada na Praça Roosevelt, ocorreu de forma simultânea à de outras capitais, como Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro.

> Fotos: galeria da passeata
> Vídeo: reportagem da passeata

Entre as principais queixas nos cartazes e faixas empunhados pelos bancários, estavam a proposta de 6,1% da Fenaban (federação dos bancos), sem aumento real, a pressão por metas abusivas e o assédio moral.

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, ressaltou que a greve é um instrumento para melhorar a vida dos bancários e também dos clientes, que são afetados pela sanha dos bancos pelos lucros. E lembrou que a postura intransigente da Fenaban fortalece o movimento. “Esse silêncio dos banqueiros só está fazendo nossa greve aumentar. Nossa luta é justa, pois batalhamos para que os clientes tenham melhor tratamento e para que as tarifas e os juros escorchantes baixem”, pontuou.

Insatisfação – O sentimento dos bancários em relação à postura da Fenaban é de indignação. Uma bancária da Caixa afirmou, durante a passeata, que os empregados do banco precisam de muito mais do que reposição da inflação. “A Caixa tem que valorizar os empregados e perceber que eles trabalham muito para conseguir lucros e mais lucros e na hora do retorno oferecem esse reajuste que é uma piada”, protestou.

Um bancário do Itaú afirmou que se somou à passeata por acreditar na unidade da categoria como o melhor caminho para sair da Campanha de forma vitoriosa. “Temos que pensar coletivamente, só assim teremos voz”, defendeu. E disse sentir na pele, diariamente, o descaso dos banqueiros, pois mora em Itaquaquecetuba e tem de se deslocar até o CA Raposo.

Além das questões específicas de cada banco, também ecoaram na passeata pautas relativas a toda a classe trabalhadora. Uma funcionária do Banco do Brasil afirmou que há uma insegurança generalizada na categoria gerada pela ameaça de aprovação do PL 4330, que legaliza a terceirização fraudulenta.

Ela se disse motivada a ir à luta nesta campanha, pois “o Banco do Brasil só é tão grande por conta de todo o esforço diário dos bancários”.  “O banco tem que valorizar os seus funcionários e os bancários têm que vir para a luta, para fortalecer ainda mais o movimento”, apontou.

A secretária-geral do Sindicato Raquel Kacelnikas ressaltou a importância do diálogo com os bancários, durante a passeata, que passou em frente a diversas agências e concentrações. “Essa passeata é importante, pois estamos conseguindo convencer aqueles que ainda não tinham aderido à greve. A greve não é fácil. Sempre foi com muita luta que nós bancários conquistamos nossos direitos. Agora não será diferente”, disse.


Renato Godoy e Rodolfo Wrolli -  24/9/2013

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