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Estupro vitima 120 milhões de meninas no mundo

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"Maior compilação de dados jamais realizada sobre violência contra a criança", da Unicef, aponta ainda que 20% dos assassinatos também são de jovens com até 20 anos
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São Paulo – Nada menos do que 120 milhões de meninas com até 20 anos de idade foram estupradas no mundo em 2012, de acordo com o estudo Ocultos à Plena Luz divulgado na quinta 4 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) como “a maior compilação de dados jamais realizada sobre violência contra a criança”.

O levantamento aponta ainda que 20% dos assassinatos são contra crianças e adolescentes da mesma faixa etária e que um terço dos estudantes entre 13 e 15 anos sofrem bullying. A Unicef avaliou 190 países, documentando violência em locais “onde as crianças deveriam estar seguras”, como na comunidade, escola e no lar.

As 120 milhões de meninas estupradas representam 10% do total de vítimas. A maioria delas, 84 milhões, tinham entre 15 e 19 anos e já estavam casadas, tendo sido agredidas por maridos ou parceiros. Nesse grupo, o índice de vítimas chega a 33% no mundo, 70% na República Democrática do Congo e Guiné Equatorial, e metade em Uganda, na Tanzânia e no Zimbábue.

Sobre os assassinatos, concluiu-se que naquele ano foram 95 mil mortes de crianças e adolescentes com menos de 20 anos de idade. No Brasil e em outros seis países – Panamá, Venezuela, El Salvador, Trinidad e Tobago, Guatemala e Colômbia –, homicídio é a principal causa de morte em meio à população masculina entre 10 e 19 anos. A Nigéria registra o maior número de homicídios de crianças: 13 mil. Entre os países da Europa Ocidental e da América do Norte, as taxas mais altas de homicídio são registradas nos Estados Unidos.

Bullying e disciplina – Pouco mais de 33% dos estudantes entre 13 e 15 anos de idade são vítimas frequentes de bullying na escola. Em Samoa, a proporção vai a 75%. Na Europa e América do Norte, quase um terço do que têm entre 11 e 15 anos praticam bullying contra colegas, número que vai a 60% na Letônia e Romênia.

A disciplina violenta também foi medida pela Unicef, que aponta 17% das crianças de 58 países sujeitas a formas de punição física como pancada na cabeça, orelhas ou no rosto, além de agressão com força e frequente. No Chade, Egito e Iêmen, mais de 40% das crianças entre 2 e 14 anos sofrem formas rígidas de punição física.

Em todo o mundo, três em cada dez adultos acreditam que a punição física é necessária. Em Suazilândia o índice vai a 82%.

Saídas – A organização indica estratégias para prevenir e reduzir a violência contra a criança: apoiar pais e desenvolver na criança habilidades de vida; mudar atitudes; fortalecer sistemas e serviços judiciais, criminais e sociais; e gerar evidências e conscientização sobre violência e seus custos humanos e socioeconômicos, visando à mudança de atitudes e normas.

“A violência contra a criança ocorre todos os dias, em todos os lugares. E embora a maior prejudicada seja a criança, também dilacera o tecido da sociedade, minando a estabilidade e o progresso. Mas a violência contra a criança não é inevitável. Pode ser prevenida – desde que nos recusemos a deixar que essa violência permaneça nas sombras”, afirma o diretor executivo do Unicef, Anthony Lake. “As evidências mostradas nesse relatório compelem-nos à ação – para o bem de cada criança e para a força das sociedades no futuro, em todo o mundo.”


Redação – 5/9/2014

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