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Prejuízo no balanço semestral do HSBC Brasil

Linha fina
Para Sindicato, resultado é reflexo de gestão conservadora, composta de demissão, falta de investimento e restrição do crédito
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São Paulo - O HSBC Brasil teve prejuízo líquido de R$ 16,3 milhões no primeiro semestre do ano, conforme balanço específico sobre as operações no país.

Segundo análise do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), "o resultado antes dos impostos e das participações foi de R$ 80,8 milhões, mas, mesmo assim, foram distribuídos pouco mais R$ 171 milhões a título de participações no lucro. Não foram encontradas explicações nas Notas Explicativas ao Balanço para tal fato, aparentemente contraditório." O banco é de capital fechado, ou seja, o balanço é apresentado de maneira superficial.

De acordo com a diretora do Sindicato Liliane Fiúza, nada justifica o péssimo resultado: “Não há razão para o valor das participações porque o HSBC simplesmente não pagou PLR aos trabalhadores, no último semestre. O banco não discute programa próprio com o Sindicato, então, a gente quer entender quem recebeu R$ 171milhões”, questiona a dirigente.

> Sindicato questiona distribuição da PLR no HSBC

“Em um país como o Brasil, que tem crescido e que o setor financeiro apresenta lucros recorrentes altíssimos, o HSBC, como o maior banco da Europa, não tem razão para apresentar esses números”, atesta Liliane.

Demissões e fechamento de agências – O HSBC reduziu 417 postos de trabalho, em comparação com junho de 2013. No país, hoje são 21,9 mil trabalhadores.

Em um ano, o banco diminuiu 14 unidades – 11 só nos primeiros seis meses de 2014 – totalizando 853 agências atualmente no país.

Crédito em marcha lenta – As operações de crédito cresceram apenas 6,7% em doze meses, atingindo a cifra de R$ 64 bilhões. As com pessoas físicas diminuíram 0,3%, comparando a junho de 2013, representando R$ 19,5 bilhões. Já as operações com pessoas jurídicas subiram 10,1%, atingindo R$ 44,5 bilhões.

O índice de inadimplência se manteve praticamente estável, mas o HSBC reduziu despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 37,4%, nos primeiros seis meses de 2014, alcançando um total de R$ 1,1 bilhão. O índice de inadimplência superior a 90 dias diminuiu 0,1 ponto percentual, se mantendo em 4,2% no período.

Prejuízo para os trabalhadores - Segundo a diretora do Sindicato Liliane, os resultados “refletem alterações sucessivas no foco de mercado, de clientes e produtos, que geram prejuízos para os trabalhadores, cortes e fechamentos de agências.”

Apesar de queda, o banco ainda mostrava números positivos em junho de 2013, com lucro líquido de R$ 464,7 milhões, conforme análise do Dieese.

Para Liliane, a gestão da instituição financeira é equivocada. “O HSBC deveria investir mais no país. Ao invés de fazer isso, demite e tem uma política cada vez mais conservadora, que dificulta financiamentos e empréstimos, sem promover geração de renda, nem com empregos, nem com maior concessão de crédito”, critica.

“Vamos continuar a cobrar mais contratação, melhores condições de trabalho e mais investimento. Afinal, antes de impostos e de uma distribuição de lucros que ninguém sabe para onde foram, o HSBC ainda teve resultado positivo. Vamos exigir nossa parte”, afirma a dirigente.


Mariana Castro Alves – 4/9/2014

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