São Paulo – O Comando Nacional dos Bancários volta à mesa de negociação com a federação dos bancos (Fenaban) na terça 15 para tratar da saúde da categoria. O tema já foi debatido nesta campanha, em uma rodada com dois dias de discussões no início de setembro.
No primeiro dia, em 2 de setembro, os bancos reconheceram que pode haver excessos na cobrança de metas por parte dos gestores e aceitaram uma das reivindicações: informar as soluções dadas aos casos de assédio moral apurados também pelos canais internos dos bancos. Outro compromisso é avaliar a inclusão de uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que garantirá ao empregado o direito de pedir realocação quando estiver sendo comprovadamente assediado e a empresa avaliará a possibilidade.
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Sobre metas, a posição da Fenaban segue a mesma: estão “em conformidade” com o respeito ao trabalhador e não são excessivas. Para eles, a questão é a forma como são distribuídas nos locais e se os indivíduos têm os instrumentos necessários para batê-las. Os representantes dos bancários insistiram na importância de criar uma cláusula que proíba a pressão excessiva e as metas abusivas.
“Queremos encontrar saídas para melhorar as condições de trabalho. Quase todas as agências tem um bancário afastado ou tomando medicamento. Uma situação insustentável que demonstra a urgência das nossas reivindicações”, diz Ivone Maria, secretária-geral do Sindicato.
Remuneração – Lucro de R$ 36,1 bilhões em seis meses. Esse resultado, alcançado pelos cinco maiores bancos em operação no Brasil (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander), é 27,4% mais alto que no primeiro semestre de 2014.
O que poderia parecer um feito para outros setores – ganhar tanto em plena crise econômica internacional –, para os bancos é rotina. Repetem essa atuação há décadas, seja em que cenário for.
Sabedores disso, e de quanto devem aos seus funcionários – cujo trabalho pesado é em grande parte responsável por todo esse resultado –, os integrantes do Comando Nacional dos Bancários voltam à mesa de negociação com a Fenaban na quarta-feira 16, para debater as reivindicações de remuneração.
“Sabemos que todo ano os bancos vêm para as negociações falar em crise. Só que para eles não há crise. Os bancários, no entanto, estão no limite: sobrecarregados, cansados e pressionados por uma situação inclusive desnecessária, que são as demissões no setor. São questões que precisam de solução urgente e não vamos sair dessa campanha sem avançar em garantias para os empregos bancários, além de aumento real e valorização devida dos trabalhadores”, afirma Ivone.
Redação – 14/9/2015
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Rodada de negociação na terça-feira 15 volta a tratar de saúde e condições de trabalho. Na quarta, o debate será sobre remuneração
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