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Seminário lança os Cadernos 28 de Agosto

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Evento, realizado na sexta 18, contou com a presença dos autores dos artigos que compõem o número de estreia do periódico acadêmico da Faculdade 28 de Agosto
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São Paulo - Um periódico acadêmico que traz análises sobre questões pertinentes ao universo bancário, relações de trabalho e ao projeto de uma sociedade mais justa e menos desigual. Esta é a razão de ser dos Cadernos 28 de Agosto, produzido pela Faculdade 28 de Agosto, uma instituição de ensino superior gestada pelo Sindicato que inicia suas atividades de graduação em 2016. Na sexta 18 foi realizado um seminário com os autores de artigos que compõem a primeira edição, para marcar o lançamento da publicação.

> Veja fotos e vídeo do lançamento

“É uma alegria ver nossos projetos começando a dar frutos. É muito bom ver estes estudos da Faculdade 28 de Agosto, que tanto nos ajudam nas negociações com os bancos, publicados”, afirmou na abertura do seminário a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “A publicação do caderno é um passo da caminhada rumo ao nosso sonho de iniciar as atividades da faculdade”, acrescentou a secretária de Formação do Sindicato e diretora-geral da instituição de ensino, Neiva Ribeiro.

Por sua vez, o diretor acadêmico da faculdade, Moisés da Silva Marques, autor de um dos artigos da publicação, falou sobre a importância do lançamento. “Isso demonstra o nosso empenho na constituição deste projeto de instituição de ensino que não será uma mera reprodutora de conceitos, mas uma produtora de conhecimentos que transformam socialmente as pessoas”, destacou.

Após as falas de abertura, o seminário prosseguiu com a exibição de um vídeo gravado especialmente para a ocasião pela professora Alessandra Tisescu, que junto com o professor Silvio Luiz de Almeida, escreveu o artigo Estado e Capitalismo: uma reflexão sobre os seus fundamentos, mas não pode estar presente ao lançamento. Na sequência, Silvio Almeida destacou a relevância da pesquisa acadêmica na atual conjuntura política. “Estamos vivendo tempos difíceis. Tempos difíceis exigem coragem. Em tempos difíceis, o ato de pensar, de refletir, é também um ato de coragem. Nós temos que fazer valer o que sempre falamos, mas que nem sempre compreendemos: a junção entre teoria e prática”, destacou.

Por sua vez, o professor Marco Antônio Silva falou sobre o seu artigo: Globalização e Globalização Financeira: tendências e perspectivas na nova ordem econômica. O professor explicou o início da globalização financeira pela necessidade das empresas, que buscavam novos mercados fora do seu país de origem de movimentar seu capital, passando também pela desregulamentação dos mercados para o uso de recursos provenientes de fundos de pensão.

“Começou então a se criar uma estrutura de produtos financeiros estranha, de derivativos. Um capital financeiro que na verdade serve a poucos e traz poucas oportunidades aos países de um modo geral”, explicou Silva.  “Com isso, muitas empresas deixaram de investir em produção para pegar esse capital e ter uma rentabilidade maior, deixando também de gerar empregos”, acrescentou.

Já André Accorsi apresentou o artigo Banco do Futuro: perspectivas e desafios. Para ele, uma forma que os bancos encontraram para diminuir custos foi intensificar o uso da tecnologia. Segundo o professor, a tendência é que as instituições financeiras cada vez mais diminuam o número de agências físicas para investirem no atendimento digital.

Ao falar sobre o seu artigo - O futuro dos bancos públicos no Brasil: análise à luz do passado recente e de casos comparativos - o Moisés da Silva destacou o papel do Banco do Brasil, Caixa e BNDES na crise de 2008, quando se mudou a percepção de que bancos públicos não teriam razões para existirem. “Quem salvou o crédito no Brasil em 2008 foram os bancos públicos. Foram eles que fomentaram o desenvolvimento (...) Após 30 anos satanizando estas instituições, o Banco Mundial foi obrigado a reconhecer a sua importância”, afirmou.

Por fim, a diretora do Sindicato Ana Tercia Sanches discorreu sobre o seu artigo Dimensões da difusão tecnológica no setor bancário, divisão do trabalho e ação sindical.

“A tecnologia é um instrumento do capital. Em qualquer etapa do capitalismo se lançou mão da tecnologia para ter ganho de produtividade (...) A questão para nós [bancários], e esse foi o ponto de partida que busquei no artigo, é olhar quais resultados da tecnologia para as relações sindicais, para o processo de trabalho e também, rapidamente, para os clientes”, explicou a dirigente sindical.

Durante o seminário, que teve a mediação do jornalista Renato Rovai, foi apresentado o futuro site da Faculdade 28 de Agosto. Ao final do evento, a plateia que lotava o auditório azul da sede do Sindicato promoveu uma grande salva de palmas em celebração do lançamento dos Cadernos 28 de Agosto, mais uma conquista da categoria.


Felipe Rousselet – 21/9/2015 
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