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Cláudia Motta, Redação Spbancarios
14/9/2016
São Paulo - “O abono é uma ilusão. Você vai receber esse dinheiro uma vez só e depois vai ficar reclamando que o reajuste foi baixo, que o salário não dá para nada.”
“Pode até agradar quem precisa rápido do dinheiro [do abono]. Mas, depois, acaba não valendo a pena. Se aceitarmos um reajuste abaixo da inflação agora, nunca mais os bancos vão aceitar dar aumento real.”
As frases, de bancários ouvidos pelo Sindicato durante a greve, resumem a impressão dos trabalhadores sobre a proposta que os bancos insistiram em defender na negociação realizada ontem: 7% de reajuste mais R$ 3.300 de abono, acarretando perda salarial de 2,39%.
Os banqueiros passaram horas argumentando que a inflação prevista para os próximos 12 meses, é de 5% – discurso muito mal recebido pelos trabalhadores. “Não faz sentido falar em inflação futura, algo que na atual conjuntura econômica nem os bancos conseguem prever”, criticou outra bancária. “Já tivemos perdas. A negociação tem de partir daí.”
> Nada de proposta, greve continua!
> Não caia na boataria dos bancos
Por isso, a greve está cada vez maior: nessa quarta-feira, nono dia da paralisação, 928 locais de trabalho foram fechados em São Paulo, Osasco e região por cerca de 60 mil bancários. Centros administrativos das instituições que compõem a mesa de negociação (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) tiveram as atividades paralisadas. No Brasil, 12.386 agências e 46 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. O número representa 53% de todas as agências do país.
> Orientações para a greve
> Dez motivos que levaram à greve
Negociação com seriedade – “Hoje os bancos voltam à mesa de negociação e esperamos que sem a enrolação de terça-feira”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva, integrante do Comando Nacional que negocia com a Fenaban. “As falas dos bancários traduzem exatamente o que pensa a categoria: todo mundo quer dinheiro no bolso, abono, mas com reajuste digno. Os bancários não vão aceitar perdas”, avisa.
A dirigente lembra outras reivindicações fundamentais. “Chega de demissões, os bancos precisam contratar para acabar com a sobrecarga de trabalho. Os R$ 394 do auxílio-creche/babá estão muito distantes do que os bancários gastam para deixar os filhos e os bancos podem melhorar esse valor. A inflação dos alimentos bateu a casa dos 17%, ou seja, o VA e o VR precisam de reajuste maior.”
Leia mais
> Bancos choram, mas eles podem pagar
> Bancos dizem NÃO para os bancários!
> As reivindicações da categoria
> Agenda e resultados das negociações
14/9/2016
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“Pode até agradar quem precisa rápido do dinheiro [do abono]. Mas, depois, acaba não valendo a pena. Se aceitarmos um reajuste abaixo da inflação agora, nunca mais os bancos vão aceitar dar aumento real.”
As frases, de bancários ouvidos pelo Sindicato durante a greve, resumem a impressão dos trabalhadores sobre a proposta que os bancos insistiram em defender na negociação realizada ontem: 7% de reajuste mais R$ 3.300 de abono, acarretando perda salarial de 2,39%.
Os banqueiros passaram horas argumentando que a inflação prevista para os próximos 12 meses, é de 5% – discurso muito mal recebido pelos trabalhadores. “Não faz sentido falar em inflação futura, algo que na atual conjuntura econômica nem os bancos conseguem prever”, criticou outra bancária. “Já tivemos perdas. A negociação tem de partir daí.”
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Por isso, a greve está cada vez maior: nessa quarta-feira, nono dia da paralisação, 928 locais de trabalho foram fechados em São Paulo, Osasco e região por cerca de 60 mil bancários. Centros administrativos das instituições que compõem a mesa de negociação (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) tiveram as atividades paralisadas. No Brasil, 12.386 agências e 46 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. O número representa 53% de todas as agências do país.
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Negociação com seriedade – “Hoje os bancos voltam à mesa de negociação e esperamos que sem a enrolação de terça-feira”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva, integrante do Comando Nacional que negocia com a Fenaban. “As falas dos bancários traduzem exatamente o que pensa a categoria: todo mundo quer dinheiro no bolso, abono, mas com reajuste digno. Os bancários não vão aceitar perdas”, avisa.
A dirigente lembra outras reivindicações fundamentais. “Chega de demissões, os bancos precisam contratar para acabar com a sobrecarga de trabalho. Os R$ 394 do auxílio-creche/babá estão muito distantes do que os bancários gastam para deixar os filhos e os bancos podem melhorar esse valor. A inflação dos alimentos bateu a casa dos 17%, ou seja, o VA e o VR precisam de reajuste maior.”
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