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A praga da terceirização na greve dos bancários

Linha fina
Santander contrata empresa para aumentar lucros e tentar ludibriar a paralisação; relação escancara realidade perversa das relações de trabalho e pode ser agravada caso seja aprovado projeto defendido pelo governo Temer
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Rodolfo Wrolli, Redação Spbancarios
15/9/2016


São Paulo – A Konecta é uma empresa de call center que presta serviços para diversas instituições, dentre elas o Santander. Nesta greve, o banco espanhol também a utilizou para transferir bancários e, desta forma, tentar enfraquecer o movimento.

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Relações como a da Konecta e do Santander são comuns no setor financeiro e escancaram uma realidade perversa e muito comum no mercado de trabalho. Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Federal, Itaú, além do Santander, contratam milhares de empregados terceirizados a fim de aumentar seus lucros, já que, no setor bancário, um contratado indiretamente chega a ganhar até 70% menos do que um funcionário direto, não recebe PLR e tem menos direitos.

Na Konecta, por exemplo, o vale-refeição é de R$ 7 – ante os R$ 29,64 dos bancários – e o vale-alimentação simplesmente não existe para os trabalhadores daquela empresa.

Ao ver o piquete montado para convencer os bancários a aderirem à greve nessa quarta-feira 14, um funcionário da Konecta resumiu seu sentimento e dos colegas com o regime terceirizado. “Se vocês [Sindicato dos Bancários] chamarem, a gente para também.”

Fraude – No mercado de trabalho, de uma forma geral, o empregado terceirizado ganha em média 27% menos, trabalha três horas a mais por semana e fica cerca de 2,6 anos a menos no mesmo emprego. Os dados são de pesquisa elaborada pelo Dieese em conjunto com a CUT.

A contratação de funcionários terceirizados para exercer a atividade principal de uma empresa ainda é considerada fraudulenta pela Justiça do Trabalho. Ou seja, os trabalhadores nessa situação podem processar a empregadora para requerer seus direitos.

Mas tramita no Senado Federal um projeto de lei – já aprovado na Câmara dos deputados – que pretende legalizar esse tipo de contratação. O governo do presidente Michel Temer defende a medida.

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Contingenciamento – Em uma estratégia para tentar enfraquecer a greve e ludibriar o Sindicato, durante esta greve o Santander locou na Konecta 300 pontos de atendimento. É praxe os bancos transferirem trabalhadores, para prédios alugados ou empresas terceirizadas contratadas antevendo que piquetes serão levantados em seus centros administrativos. A prática é conhecida como contingenciamento. 
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