Redação SPbancários, com informações do Diário do Comércio e UOL
26/9/2016
São Paulo – Em agosto, 51,8% das negociações resultaram em ajustes salariais abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ante 36,2% em julho. Enquanto a inflação medida pelo índice acumulou 9,6% em 12 meses até agosto, os trabalhadores obtiveram nos acordos coletivos com aumento de 9%, de média.
De um total de 162 acordos coletivos naquele mês, 17 representaram redução de jornada de trabalho seguida de redução de salários. Um deles entrou no Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Já dos 527 acordos coletivos com redução salarial negociados entre janeiro de 2015 e agosto deste ano, 131 utilizaram o PPE. Os dados são do levantamento Salariômetro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
A média dos pisos com vigência em agosto deste ano foi de R$ 1.060, o que representa 20,4% maior que o salário mínimo, de R$ 880.
O cenário desfavorável aos trabalhadores segue a tendência verificada no primeiro semestre, quando 40% das negociações coletivas ocasionaram reajuste abaixo da inflação, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Para efeito de comparação, em 2014 apenas 3% dos reajustes tiveram reajuste abaixo do INPC, que mede a alta de preços para as famílias que vivem com até cinco salários mínimos. No ano passado subiu pra 15%.
Já as negociações que resultaram em ganhos reais para os trabalhadores caíram: só 24% tiveram aumento real no valor do salário e 37% não tiveram nem perdas e nem ganhos.
A variação média dos reajustes no primeiro semestre ficou 0,5% abaixo da inflação. É o pior desempenho das negociações desde o primeiro semestre de 2003, segundo o Dieese.
Linha fina
Mais da metade das negociações coletivas resultaram em acordos com perdas para os trabalhadores, seguindo tendência verificada no primeiro semestre; média de reajuste ficou em 9%, ante inflação de 9,6%
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