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Sete dias de greve e a culpa é dos bancos

Linha fina
Setor que mais lucra no Brasil quer impor perdas aos bancários; resposta é paralisação nacional que cresce e cobra proposta digna em nova rodada de negociação a ser realizada na tarde desta terça
Imagem Destaque
Cláudia Motta, spbancarios
12/9/2016


São Paulo – O fim de semana acabou, mas o ânimo dos bancários, não! A categoria chega nesta segunda-feira 12 ao sétimo dia de greve nacional, cobrando dos bancos proposta digna de ser apreciada. A Fenaban, que volta a se reunir com o Comando Nacional dos Bancários a partir das 14h desta terça-feira já sabe: para acabar com a greve no Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Federal, Itaú, Santander e demais bancos  tem de mudar de fato a proposta.

Nas duas apresentadas até agora, os bancos – setor que mais lucra no Brasil – tentaram impor perdas aos trabalhadores. A primeira proposta, apresentada nos dias 29 e 30, foi de 6,5% de reajuste mais R$ 3 mil de abono – perda de 2,8% para a inflação que até então estava projetada em 9,57%. Rejeitada em assembleia por unanimidade por cerca de 1,5 mil bancários, levou à greve com início no dia 6. A segunda veio na sexta-feira 9: índice de 7% mais abono de R$ 3.300 – perda de 2,39% para uma inflação agora já fixada em 9,62% (INPC).

A proposta foi rejeitada pelo Comando na mesa de negociação, já que essa política de reajuste rebaixado levaria a categoria bancária à mesma situação vivida nos anos 1990, de grandes perdas para os trabalhadores. O pagamento de uma parcela de abono não se reflete em férias, 13º, FGTS, VA, VR, auxílios, previdência. Além disso, pelo proposto, as regras para a PLR continuariam as mesmas de 2015 e o vale-cultura seria extinto a partir de dezembro. A Fenaban também não trouxe resposta para reivindicações fundamentais para os bancários, como a proteção aos empregos, mais contratações, melhores condições de trabalho, mais saúde, segurança, fim da desigualdade entre homens e mulheres, auxílio-creche maior, vale-refeição durante a licença-maternidade.

> Rejeitada na mesa proposta com índice rebaixado

“Voltamos a dizer: não tem crise para banqueiro, não pode ter crise para bancário. A greve tem de crescer para que a gente conquiste um bom acordo”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. “Também cobramos a retomada das negociações e resposta para as reivindicações específicas dos empregados dos bancos públicos.”

> Os bancos choram, mas eles podem pagar
> Bancos dizem NÃO para os bancários!

Segunda-feira de luta – Milhares de bancários seguem firmes na greve em todo o Brasil. Além de agências de bancos públicos e privados em todas as regiões de São Paulo e de Osasco, hoje amanheceram fechados a Superintendência e o prédio da 15 de Novembro, do Banco do Brasil ; o contingenciamento feito pelo Santander no Konecta, assim como o Vila, na zona norte. A Giret e as superintendências da Caixa em Santo Amaro, Pinheiros e Osasco também estão em greve. CA Brigadeiro e Pinheiros, o BBA no prédio da Wtorre e as unidades do Itaú nas ruas Fábia e Jundiaí estão fechados, assim como o Bradesco Alphaville, Osvaldo Cruz e Nova Central.

Participe da luta! Cada bancário faz toda diferença para aumentar a mobilização. Informe à regional do Sindicato mais próxima se o seu local de trabalho fechar. E, ao lado dos dirigentes sindicais, ajude a convencer outros colegas a participar da greve.

> Orientações para a greve
Dez motivos que levaram à greve

Assembleia – Hoje, às 17h, os bancários fazem assembleia organizativa na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé). “Os trabalhadores devem participar para ajudar a aumentar a mobilização em São Paulo, Osasco e região. Quanto maior nossa greve, mais pressão faremos sobre os bancos”, convoca a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva. Leve documento com foto e crachá do banco para credenciamento.

Antes, também na Quadra, ocorre reunião do Comando de Greve, às 16h. Todos os bancários podem participar.

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