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Deputados rejeitam “distritão” e esvaziam reforma política

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Após meses de debates, parlamentares também não conseguem aprovar o fim das coligações e a criação do fundo de financiamento eleitoral; tema está programado para voltar para a pauta nesta quarta 20
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Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

São Paulo - A Câmara dos Deputados rejeitou, na noite de terça-feira 19, a mudança do sistema de eleição proporcional (para deputados e vereadores) prevista na proposta que era chamada de reforma política. Com 238 votos contrários, 205 favoráveis e 1 abstenção, sai da pauta a substituição do atual sistema, no qual as vagas são distribuídas de acordo com o desempenho eleitoral dos partidos ou coligações.

A proposta derrotada previa a eleição majoritária pelo sistema chamado “distritão”, de deputados federais, estaduais e distritais em 2018 e de vereadores em 2020,. A partir de 2022, seria adotado o sistema distrital misto – pelo qual, metade das vagas vai para os mais votados nos distritos, e a outra metade é distribuída proporcionalmente entre os partidos, que a preenchem pelo sistema de lista preordenada.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, criticou o sistema do distritão em entrevista recente. Segundo ele, esse método iria privilegiar os atuais deputados e os candidatos que “já são conhecidos ou têm dinheiro”. Para evitar que a influência do poder econômico provoque distorções no sistema representativo, Vagner defende que as campanhas sejam financiadas por um fundo eleitoral público, proibindo-se o retorno do financiamento empresarial. “Se não tiver financiamento público de campanha só vai se eleger quem tiver dinheiro. O trabalhador não vai se eleger”.

O tema da criação do fundo público para o financiamento das campanhas, entretanto, não foi apreciado e foi jogado para a frente. No lugar, foram analisados o fim das coligações em eleições proporcionais e a criação de uma cláusula de desempenho, que gradativamente inviabilize os partidos nanicos. Entretanto, devido à obstrução da maioria dos partidos, os deputados não conseguiram concluir a votação na madrugada. Iriam tentar retomar o tema na tarde desta quarta-feira 20.

A criação do fundo de financiamento eleitoral ainda pode ocorrer por meio de um projeto de lei aprovado em comissão especial (PL 8612/17). Para valerem na eleição do ano que vem, as mudanças precisam ser aprovadas na Câmara e no Senado até 7 de outubro.

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