A mídia comercial ressalta algo que o Sindicato já vem falando há tempos: sempre vale mais a pena investir em saúde do trabalhador. Reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico mostra que grandes empresas vêm dedicando esforços por parte da gestão de pessoas para garantir o bem estar dos funcionários, evitando adoecimentos e seus consequentes afastamentos.
A prática já era comum para os associados da Cassi, através do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF), que promove uma série de exames para mapear a saúde do trabalhador e assim atuar preventivamente, o que reduz custos para a Cassi. Estudos desenvolvidos nos últimos anos na Diretoria de Saúde (2014-2018) comprovaram que a população com maior risco e grau de complexidade da Cassi é cuidada pelo sistema ESF, e a despesa assistencial dos vinculados ao programa chega a ser de 20% a 30% menor no uso dos recursos pagos no mercado de saúde, variando conforme o grau de complexidade.
O que acontece, entretanto, é que a proposta do Banco do Brasil para a Cassi, que será votada pelo corpo social a partir de 24 de setembro, prevê que o BB tome para si o poder de gestão sobre a Cassi, política que já se mostrou fracassada no passado. Quando a Cassi era gerida pelo banco, e era uma mera pagadora de despesas assistenciais compradas no mercado de saúde privado, ela já apresentava déficits de quase 100% entre arrecadação e despesas nos anos de 1992, 1993 e 1994. Este é um dos motivos que levam o Sindicato a orientar o voto ‘não’ nesta consulta.
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Atualmente, o investimento do BB com a Cassi gira em torno de 4,5% da folha de pagamento, mais o valor destacado pelo Memorando de Entendimento, que a proposta do banco pretende cessar. Este total é consideravelmente mais baixo que o praticado em outras grandes empresas de mercado, como ressalta a reportagem do Valor Econômico.
“A despesa com planos de saúde continua a ser o segundo maior gasto com pessoal numa empresa, perdendo apenas para salários. Representa 12% do que as companhias gastam com funcionários, em geral, e chega a 20% nos grupos de empregados mais qualificados, segundo Luiz Edmundo Rosa, diretor de desenvolvimento de pessoas da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH)”, diz o texto do jornal.
“Entendemos que, mais do que apenas uma mudança na situação financeira do nosso plano, a Estratégia de Saúde da Família deve ser fortalecida por significar uma melhoria significativa da qualidade de vida dos funcionários do BB e seus dependentes. Ao tratar o indivíduo, e não apenas remediar em casos de adoecimento, temos benefícios que vão desde a redução dos gastos e do número de afastamentos, mas também garantia de bem estar para o trabalhador”, afirmou Ana Beatriz Garbelini.