O Sindicato se reuniu na quinta-feira 13 com o Banco do Brasil para discutir seu novo modelo da carteira-varejo, o carteirão, como é conhecido. Segundo a proposta do BB, os cerca de 720 mil clientes do carteirão vão passar para a Unidade de Negócio Varejo (UNV), escritório digital com sede em Brasília. O UNV já vem incorporando algumas praças, como Curitiba, Ribeirão Preto, Joinville e Belém, sendo São Paulo e Brasília as próximas.
De acordo com este novo desenho proposto pelo banco, a UNV ficará responsável pela “meta negocial” relacionada a estas carteiras – o que inclui venda de seguros e capitalização, por exemplo. Com a mudança, tais metas deixariam de impactar no sistema de cobrança e avaliação dos funcionários e agências, que ficariam focados exclusivamente no atendimento ao cliente.
O Sindicato cobrou, então, que não houvesse perda de cargos. A Superintendência São Paulo Capital e a UNV garantiram que não serão cortadas comissões neste novo modelo, inclusive haveria a possibilidade de aumentar o número de comissionados. O banco explicou que os gerentes varejo virarão gerentes de atendimento, e os salários serão mantidos. O Banco do Brasil vem fazendo uma série de workshops para explicar o modelo que está sendo implementado, e o Sindicato vai continuar acompanhando.
Gerente PAA
Sobre a informação de que o gerente PAA assumiria um trabalho volante, podendo circular por diferentes localidades, o banco desmentiu esta possibilidade e garantiu que isto não ocorrerá.
“Nós temos que avaliar este processo, pois é tudo muito novo. Mesmo assim iremos continuar acompanhando de perto, pois não vamos aceitar qualquer mudança nos bancos públicos que prejudiquem o trabalho bancário e o atendimento à população. Por isso é fundamental que cada funcionário do BB entre em contato com o Sindicato caso observe alguma arbitrariedade, ou mesmo em caso de dúvidas relativas à implementação deste novo formato”, afirmou a presidenta do Sindicato Ivone Silva.
Outra preocupação do Sindicato é com um possível aumento de fluxo de trabalho na Central de Atendimento (CABB), já que o contato telefônico com o cliente de varejo não será mais realizado pelas agências. O BB explicou que as centrais que dividirão esta tarefa com a UNV estão sediadas em outras bases, o que não impactaria na Central de Atendimento de São Paulo, onde já há sobrecarga de trabalho devido à falta de funcionários.
O Sindicato aproveitou a reunião para reivindicar a solução para a falta de funcionários, uma vez que faltam 304 escrituários só na cidade de São Paulo, onde há 230 agências e 50 PAAs. O banco reconheceu o déficit de escriturários e de funcionários na CABB, mas alegou que não será aberto a curto prazo devido a restrições impostas pela legislação eleitoral.
“De todo modo, continuaremos fazendo atividades por mais contratações para que o bancário ou a agência não sejam alvo de penalização de atendimento devido a desfalques no quadro de pessoal. Nossa maior preocupação é com o funcionário”, defendeu João Fukunaga, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato.