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Bancários ganham: o país ganha

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Presidenta do Sindicato dos Bancários, Ivone Silva

A Campanha Nacional dos Bancários aconteceu em um cenário desafiador, em meio a uma crise política, econômica e social, durante o segundo ano de uma pandemia mundial. Como se não bastasse, foram divulgados os escândalos de assédio sexual envolvendo a alta cúpula da Caixa.

Em meio a esta conjuntura, estabelecer ganhos para a categoria não foi tarefa fácil. Após dezenove rodadas de negociação, os trabalhadores avançaram em importantes cláusulas na mesa de negociação e se tornaram referência nos acordos trabalhistas, com alguns acordos inéditos em convenções coletivas, como os avanços como a regulamentação do teletrabalho, que permite o controle de jornada, direito à desconexão e auxílios. Os avanços dos bancários contribuem para que outras categorias avancem da mesma forma.  Além disso, tratar com rigor sobre assédio sexual, assédio moral (metas) e violência contra a mulher é sinal de valorização e respeito. Mais que o repúdio, convencionar as cláusulas significou escancarar a realidade da categoria e, assim, debatê-la visando ambientes de trabalho mais saudáveis e justos.

Já em relação aos ganhos financeiros, é importante mencionar o impacto em toda a economia brasileira.  Somando o adicional dos salários pelo reajuste, PLR, auxílios alimentação e refeição e abono no vale alimentação estima-se que serão injetados em toda a economia brasileira, em um ano, R$ 14,2 bilhões.  A PLR da CCT, injetará cerca de R$ 8,7 bilhões, sendo R$ 4 bi até o final deste mês, o reajuste de 13% na parcela adicional, acima 3,8% do INPC, foi um grande resultado.  Nos auxílios refeição e alimentação, incluindo o abono, será inserido um montante de R$ 10,7 bilhões, valor destinado diretamente ao consumo das famílias favorecendo estabelecimentos comerciais como mercados e restaurantes.  Valor que impulsiona a economia e contribui, inclusive, na geração de emprego e na arrecadação de impostos.

Considerando as cidades que fazem parte da base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o incremento será de cerca de R$ 5,4 bilhões, isto é, do total do impacto gerado no Brasil, 38% ficará na região. A antecipação da PLR, que já começou a ser creditada aos bancários, será responsável por mais de R$ 1,2 bilhão.

A remuneração anual da maior parte dos bancários (85%), mesmo com reajuste de 91% do INPC nos salários, terá ganho acima da inflação, tendo em vista que o reajuste no VA, VR e parcela adicional foram maiores.  Para os trabalhadores, que recebem até R$ 13 mil a variação conquistada é de até 8,8%, assim, repondo as perdas inflacionárias. Para o piso de escriturário o ganho anual é de 10,1% (1,2% acima da inflação).  Este valor anual, no entanto, não incorpora os programas próprios de PLR que continuarão complementares, o Comando não aceitou a compensação proposta pelos bancos.

Por fim, para 2023 temos todos os direitos garantidos e ganho acima da inflação. Os bancários ganham, com todos os trabalhadores.

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