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Chapéu
Caixa Federal

Saúde Caixa: empregados cobram descentralização do atendimento

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Arte composta de vários logos do saúde Caixa dentro de quadros na cor rosa

Os problemas para receber os dados financeiros do Saúde Caixa continuam. Na reunião do Grupo de Trabalho para negociações do plano de saúde, realizada nesta quarta-feira 13, os representantes dos empregados cobraram novamente algumas informações do plano.

“É impossível haver debate e construção de proposta sem que sejam apresentados com clareza os números do plano. Um exemplo desta falta de transparência é a diferença no Fundo Reserva que a Caixa apresentou. Além disso, o teto de 6,5% que está no estatuto desde 2017 ataca e inviabiliza o plano”, afirma Chico Pugliesi, diretor executivo do Sindicato e membro do conselho de usuários do Saúde Caixa.

Como forma de melhorar a qualidade do plano, as entidades representativas dos empregados reivindicam que as despesas administrativas sejam pagas integralmente pela Caixa Econômica Federal, além da descentralização, por meio da reimplantação das Gipes regionais, e dos comitês de credenciamento e descredenciamento

Fabiana Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados e integrante do GT. Pontua que a Caixa precisa ser mais célere no retorno aos nossos questionamentos mais específicos. “Nas últimas reuniões pedimos explicações sobre divergências no valor do fundo de reserva do plano em que a Caixa aponta uma diferença de R$ 221 milhões a menos. Precisamos saber onde está este valor, por exemplo. Ainda existem números apresentados pela Caixa que não estão claros para nós.”

O orçamento e o custo do banco com programas de saúde e segurança dos trabalhadores também foram questionados. Para os representantes dos empregados, os custos administrativos do Saúde Caixa devem ser exclusivamente da Caixa, já que todas as decisões de gestão são tomadas pelo banco sem a participação dos empregados. Eles também criticaram a ausência de uma política que promova a saúde dos trabalhadores, bem como o acompanhamento de doentes crônicos – condições que prejudicam os usuários e oneram o plano de autogestão.

Outra cobrança da representação dos trabalhadores foi sobre o credenciamento de estabelecimentos e profissionais, que continua um problema para os usuários. A Caixa fez uma apresentação do processo atual e do formato do credenciamento estratégico, modelo que adota desde 2020.

“O problema é que a Caixa, sequer, trouxe ao grupo a possibilidade de discussão do modelo. E constatamos que, na prática, recebemos cada vez mais reclamações dos usuários sobre a falta de credenciados em todos os municípios, independentemente de seu porte”, afirmou Leonardo Quadros, integrante do grupo e diretor de Saúde e Previdência da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa).

Como exemplo, Fabiana Proscholdt relatou algumas queixas que recebeu de usuários do município de Porto Seguro, na Bahia. Com a falta de profissionais ou equipamentos, a orientação do Saúde Caixa é o deslocamento para outro município distante.

“O nosso plano de saúde, que é para dar atendimento de qualidade aos empregados, não tem equanimidade nenhuma”, destacou Fabiana. “A descentralização do atendimento é urgente e os comitês regionais para acompanhamento dos credenciamentos e descredenciamentos são fundamentais para os usuários acompanharem esta movimentação. Infelizmente a Caixa tem tratado o nosso plano de saúde como se fosse mais um negócio do banco, faltando bom senso e empatia com os usuários”, frisou.

Para Leonardo Quadros, todos os problemas convergem para uma reivindicação antiga dos representantes dos empregados – o retorno das representações regionais de gestão de pessoas com uma área responsável pelo Saúde Caixa. “Temos realidades regionais que são ignoradas pela Caixa, porque ela entende que vai conseguir resolver todos os problemas apenas com a estrutura da Matriz, ou que vai conhecê-los apenas por meio do BI” (business intelligence -ferramenta de armazenamento e análise de dados e desempenho), avaliou.

A representação dos empregados apresentou ao banco dados da pesquisa realizada pela Fenae e Apcef/SP que mostram as deficiências regionais da rede credenciada do plano. Pelo aditivo ao Acordo Coletivo específico sobre Saúde Caixa, o banco deve realizar, a cada ano, uma pesquisa sobre a qualidade de atendimento e satisfação dos usuários. A Fenae e Apcef/SP reaplicaram essa pesquisa, com o acréscimo de outras perguntas, e encontraram dados diferentes, que mostram que a satisfação está abaixo do que foi apresentado pelo banco.

Reembolso integral

Quando o usuário não encontra um estabelecimento ou profissional credenciado ao plano em seu município, ele pode recorrer ao reembolso integral. Nesta modalidade, o Saúde Caixa ressarce todo o valor pago ao usuário, descontado o percentual de 30%, referente à coparticipação. Porém, para o pedido de reembolso ser aceito, é necessário solicitar ao plano uma autorização prévia e o atendimento só pode ocorrer após o recebimento desta autorização. Nos casos de atendimentos de urgência ou emergência, a autorização prévia não é exigida.

“Muitos usuários não sabem que possuem este direito, e outros tantos não têm conhecimento de como solicitá-lo corretamente. Com efeito, há pedido de reembolso integral que acabam sendo negados pelo não cumprimento das exigências previstas”, relata Fabiana Uehara. Para conhecer as normas e regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) clique aqui e para saber mais sobre a necessidade de autorização prévia do Saúde Caixa clique aqui.

Saúde Caixa e metas abusivas

O número de afastamentos por doenças mentais na Caixa cresceu assustadoramente nos últimos anos, provocados por metas abusivas, condições de trabalho e assédio.

Apenas entre 2019 a 2022, houve crescimento de 18,28% de afastamentos por acidente de trabalho na Caixa. Destes afastamentos, em 2022, 75,4% foram por doenças mentais, índice superior à média da categoria bancária (57,1%) e muito superior à média na sociedade em geral (6,7%).)

Por ocasião do Setembro Amarelo, campanha de combate ao suicídio, o Sindicato está realizando atividades nos locais de trabalho para denunciar e combater o assédio moral e a cobrança de metas abusivas. A entidade promove também a campanha Menos Metas, Mais Saúde, outra frente com o objetivo de eliminar os adoecimentos causados pelo assédio e pelas cobranças por resultados.

A direção da Caixa precisa se responsabilizar por esse adoecimento generalizado, já que muitos colegas se afastam por períodos menores, e muitas vezes nem se afastam ou procuram ajuda, o que gera subnotificação.

“O Saúde Caixa não pode arcar com adoecimento provocado pelo ambiente de trabalho. A direção do banco precisa adotar medidas que previnam o adoecimento, e uma delas seria a revisão das metas absurdas que são cobradas dos empregados”, afirma Chico Pugliesi.

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