São Paulo - Mudança. Foi esse o desejo que emanou das urnas no primeiro turno das eleições no país. A maior parte dos brasileiros votou em partidos identificados com a transformação. Por outro lado, aqueles associados ao conservadorismo e ao Brasil do século passado, perderam espaço nas administrações municipais, embora alguns permaneçam fortes. O balanço está em reportagem da Revista do Brasil, edição de outubro, que está chegando à casa dos sindicalizados.
PT e PSB se fortaleceram. Em curva crescente, o PT, que administrava 3,4% dos municípios brasileiros em 2000, saltou para 7,4% em 2004, para 10% em 2008 e, este ano, já conquistou 11,2% das prefeituras (624 municípios). O PSB tinha 2,4% em 2000 e cresceu para 7,6% (436 municípios) após o primeiro turno.
Apesar de ter mais prefeituras sob seu comando (689) que os partidos citados, o PSDB registra queda constante. Administrava 17,8% das cidades em 2000, passou a comandar 15,6% em 2004, caiu para 14,2% em 2008 e, após o primeiro turno destas eleições, está com 12,3%. Disputa com o PT o comando da maior cidade do país, mas a reportagem da RdB lembra que o futuro gestor de São Paulo terá de lidar com dívida astronômica, projetada em R$ 72 bi para 2013, ou seja, 171% do orçamento. Dívida essa que terá de ser negociada com a União, caso o município queira fazer novos investimentos. Outro partido identificado com o arcaico perdeu metade dos municípios que comandava em 2008. O DEM, ex-PFL, tem agora apenas 5% das cidades brasileiras. Nos tempos de PFL tinha mais de 18%.
Educação – Na reportagem de capa, a RdB aborda educação infantil e lembra que a ampliação da rede de creches e pré-escolas está entre os desafios dos próximos prefeitos. Apesar de ser um direito de toda criança com menos de seis anos e de a oferta ser obrigatória para as prefeituras, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira – LDB, o número de crianças até essa faixa etária nas creches corresponde apenas a 18%, em média, do total da procura.
Em São Paulo, apenas 26% das crianças estão matriculadas em creches e há lista de espera que chega a 174 mil bebês. Por não atender a essa demanda, o prefeito Gilberto Kassab está sendo responsabilizado por improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estado (MPE). E há muito, ressalta ainda a reportagem, as creches deixaram de ser meros espaços para as mães deixarem os filhos enquanto trabalham. Estudos mostram que o desempenho escolar de quem passou por essa fase da educação é melhor. “Provavelmente (a criança que não frequentou a creche) terá defasagem na aprendizagem”, afirma a educadora da PUC Maria Stela Graciani.
Sem planejamento – O Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo é assunto de outra reportagem. Pouco do documento, que completa 10 anos, saiu do papel, e grande parte de suas metas para habitação, saúde, educação, segurança, transporte, entre outras, não foram cumpridas. A RdB apurou que a cidade avançou em alguns aspectos como distribuição de água, mas estancou ou piorou em outros como corredores de ônibus e engarrafamentos. Outro mau exemplo é o déficit habitacional, que já atinge 712 mil famílias na capital.
Outras – A RdB traz ainda entrevista com o escritor carioca Paulo Lins, que acaba de lançar o romance Desde que o Samba é Samba e muito mais.
Guia – Junto com a RdB os associados também recebem o Guia com os serviços e convênios firmados pelo Sindicato.
Redação - 25/10/2012
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<i>Revista do Brasil</i> de outubro faz balanço do primeiro turno e mostra que brasileiro votou pensando no futuro. Publicação aborda também assuntos como o déficit de creches no país
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