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Clientes entendem motivos da greve

Linha fina
Eles reforçam que paralisar atividades é o único modo de forçar bancos a atender reivindicações
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São Paulo - “Acho que temos de lutar pelo que a gente quer. Cada categoria luta pelos seus direitos porque eles (os empregadores) de jeito nenhum dão alguma coisa de graça.” A opinião é de uma cliente que usava o autoatendimento de uma agência do Bradesco, fechada por conta da greve dos bancários. “Tem que lutar mesmo e exigir ser bem pago”, acrescentou Mariliene Amâncio de Oliveira, 58 anos.

> Reivindicações dos bancários buscam melhorar atendimento

Mariliene, que trabalha como acompanhante de idosos, diz que está do lado dos trabalhadores. “Uma vez vi uma caixa chorando tanto que não conseguia atender os clientes. Fiquei me perguntando o que aquela menina estaria passando. Também já vi cliente ofendendo as meninas pela demora no atendimento, mas é o banco que não coloca gente suficiente. Nesse dia tinha dois caixas vazios. Isso tudo vai abalando emocionalmente até que a pessoa não consegue mais trabalhar. Acho que bancários e professores são as categorias que mais adoecem”, opina.

A paralisação, que entra hoje no 16º dia sem sinal de proposta decente pelos banqueiros, também conta com o apoio do aposentado Alcides Germano de Araújo. “Tem que fazer greve mesmo! Só querem fazer a turma trabalhar, mas dar aumento, nada!”, exclamava, em outra agência do Bradesco paralisada pelos trabalhadores.

Outro aposentado, na mesma agência (da Rua 12 de outubro, na Lapa) concordou: “Era torneiro mecânico e fiz muita greve. Se esperar a boa vontade do patrão, não vão conseguir nada”, disse Nilson Ferreira.

Venda responsável – “Acho justa a greve, pois há uma desigualdade enorme no sistema financeiro, que é muito poderoso e manda em muita coisa no país. Também acho bastante legítima essa denúncia que os bancários fazem de que são forçados a vender produtos para pessoas que muitas vezes não têm o discernimento necessário para julgar se aquilo será útil”, opinou Ernesta Zamboni, pesquisadora da Unicamp, em unidade da Caixa.


Andréa Ponte Souza - 4/10/2013

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