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Fenaban propõe 8% para salários e 8,5% no piso

Linha fina
Bancários reúnem-se em assembleia nesta sexta-feira 11 para deliberar sobre a proposta. Parcela adicional sobe para 2,2% do lucro para todos e há duas novas conquistas: vale-cultura e abono assiduidade
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São Paulo - A federação dos bancos (Fenaban) apresentou nova proposta ao Comando Nacional dos Bancários que prevê reajuste de 8% para os salários, vales e auxílios, com ganho real de 1,82%. Os pisos seriam reajustados em 8,5%, com ganho real de 2,29% (veja tabelas abaixo).

Os bancários de bancos privados reúnem a partir das 17h no Centro Transmontano (Rua Tabatinguera, 294, Sé). Haverá credenciamento para participar e será necessário apresentar crachá ou holerite acompanhado de documento com foto.

> Assembleias às 17h desta sexta-feira

Caso a proposta apresentada nessa quinta-feira 10 seja aceita pelas assembleias que serão realizadas na sexta 11, a categoria irá acumular aumento real nos salários de 18,33% e 38,7% no piso, desde 2004. O Comando indica a aprovação.

“Foi a luta dos bancários que garantiu esses avanços. Os bancos queriam derrotar o aumento real conquistado pela categoria nos últimos dez anos. Graças à nossa união e organização não conseguiram”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Maior distribuição de lucro – Pela proposta, a regra da parcela adicional irá mudar para melhor. Até o ano passado, os bancos distribuíam 2% do seu lucro líquido. A proposta prevê a distribuição de 2,2%. Além disso, o teto da distribuição teria reajuste de 10%, passando para R$ 3.388.

Só para dar uma ideia, esses 0,2% representam R$ 120 milhões do lucro do setor no último ano.

PLR – A regra básica da Participação nos Lucros e Resultados será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694. Assim, a parte fixa, que em 2012 foi de R$ 1.540, será reajustada em 10%, o que significa aumento real de 3,71%.

A regra determina ainda que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários.

Vale lembrar que este ano os bancários já contam com a conquista da PLR sem desconto de imposto de renda para valores de até R$ 6 mil.

Vale-cultura – Pela nova proposta, os trabalhadores também terão mais uma conquista: o vale-cultura para os que recebem até cinco salários mínimos. Serão R$ 50 por mês a mais para usar em eventos e produtos culturais, de acordo com a lei. “No piso de escriturário, isso representa 3% a mais no salário ao mês”, explica a presidenta do Sindicato.

Abono assiduidade – Outra nova conquista é um dia de folga a título de abono assiduidade para todos os trabalhadores que ainda não contavam com o direito. “Vamos continuar lutando para ampliar essa conquista para mais dias”, ressalta Juvandia.

Condições de trabalho – Outra conquista: os bancos estarão proibidos de cobrar metas via torpedo pelo celular do bancário. Também será criado um grupo de trabalho para análise das causas dos afastamentos por doença ocupacional no setor e para buscar solução de forma que os da ativa não adoeçam.

Os bancos aceitaram reduzir o prazo de apuração do instrumento de combate ao assédio moral de até 60 dias para até 45 dias.

Também está prevista realização de seminário para discutir as mudanças tecnológicas nos bancos com o objetivo de debater o impacto da tecnologia sobre o trabalho do bancário.

Está mantida a não devolução do adiantamento emergencial de salário dos afastados por doença ocupacional que o INSS considera apto e o banco inapto ao trabalho. Trata-se da cláusula 59, parágrafo 1º, alínea b, que hoje prevê a devolução desse adiantamento com limite mensal de 30% da remuneração líquida. De acordo com o proposto, os bancários não terão mais de devolver esse adiantamento.

Dias parados – Os bancos queriam descontar o período em que os trabalhadores estiveram em greve ou que houvesse compensação por até 180 dias. Isso gerou um grande impasse que interrompeu a rodada de negociação por quase todo o dia. “O Comando Nacional dos Bancários não aceitou o desconto nem a compensação total como a Fenaban queria”, relata Juvandia.

Assim, após forte pressão dos representantes dos trabalhadores, ficou garantido que haverá compensação dos dias parados até 15 de dezembro em no máximo uma hora por dia. “Isso representa anistiar 71% dos dias parados”, explica a presidenta do Sindicato. “A paralisação só aconteceu e foi tão longa porque os bancos se recusaram durante mais de 20 dias a negociar com seriedade. Os trabalhadores não serão penalizados pela greve que foram forçados a fazer”, completa a dirigente.

> Nova proposta do Banco do Brasil apresenta avanços
> Caixa Federal propõe manter PLR Social



 

Cláudia Motta - 11/10/2013

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