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Insegurança em bancos é tema de reunião da PF

Linha fina
Encontro foi motivado por vídeo que exibe péssimas condições de trabalho dos vigilantes; confederação defende que trabalhadores não tenham contato com dinheiro
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São Paulo – A insegurança no abastecimento de caixas eletrônicos foi tema de reunião específica promovida pela Polícia Federal, em Brasília, com a participação de representantes dos trabalhadores, bancos e empresas de segurança e transporte de valores.

O encontro, na quarta-feira 2, foi motivado pelo vídeo apresentado pelo presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura, no início da 97ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em julho. As imagens registram trabalhadores da Prosegur e da Brinks agachados ou sentados no chão, fazendo manuseio de numerário no abastecimento de caixas eletrônicos num shopping e numa rodoviária no Espírito Santo, colocando em risco a vida dos vigilantes, bem como dos cidadãos que passavam pelo local.

A CNTV propôs à Polícia Federal que os bancos adotem uma tecnologia que não exija o contato do vigilante com o dinheiro, citando o Itaú que já trabalha com o sistema de cassete fechado – a simples troca das gavetas com dinheiro –, sem que haja necessidade de manuseio e contagem de cédulas na hora do abastecimento.

Atendimento com segurança –  “A falta de segurança durante o abastecimento de caixas eletrônicos está atingindo a todos de forma cruel. No Gama, no Distrito Federal, um vigilante ficou paraplégico ao ser baleado durante uma tentativa de assalto. Em Porto Alegre, uma cliente morreu na mesma situação. Isso precisa acabar antes que mais vidas se percam”, destacou Boaventura.

“Além disso, é exigência dos trabalhadores que as máquinas sejam instaladas somente em locais seguros”, disse o presidente da CNTV. Ele também propôs que haja isolamento do local na hora do abastecimento.

O secretário de Imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, ressaltou que é preciso discutir formas que tornem o abastecimento mais rápido e seguro. “O cassete fechado, usado há pelo menos quatro anos pelo Itaú, é uma forma de agilizar o abastecimento e reduzir o risco, que deve ser adotado junto com uma série de medidas para que haja mais segurança e proteção da vida das pessoas”, salientou.

“Defendemos atendimento de qualidade e com segurança para a população, através de agências e PABs, onde têm bancários e vigilantes”, frisou. “Também cobramos a instalação de câmeras de monitoramento em tempo real, abastecimento somente na parte traseira dos caixas eletrônicos e vidros blindados nas fachadas dos estabelecimentos”, acrescentou.

Impasse no MPT – Boaventura lembrou que há quase quatro anos o assunto foi pautado pela CNTV na Procuradoria Geral do Trabalho (PGT) do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, com a realização de várias audiências de mediação em 2009 e 2010, mas sem assinatura de nenhum instrumento entre as partes, uma vez que a federação dos bancos não concordou em firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou uma convenção coletiva.

“Em 2010, a Febraban se propôs realizar um estudo para embasar as futuras ações. Até hoje não se tem notícia dos resultados e os patrões insistem em fugir do debate”, condenou o presidente da CNTV.

Busca de soluções – A delegada Silvana Helena Vieira Borges, titular da Coordenação-Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP), defendeu a necessidade de garantir segurança no abastecimento de caixas eletrônicos e anunciou que será feito um estudo técnico, visando alterar a portaria da Polícia Federal que trata do assunto.


Redação, com informações da Contraf-CUT e CNTV – 7/10/2013

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