São Paulo – As represálias da direção do Banco do Brasil contra os funcionários da Central de Atendimento que aderiram à greve motivaram o Sindicato a realizar um protesto em frente à concentração Verbo Divino nesta quinta-feira 31.
Os bancários do setor estão recebendo anotações negativas em seus pontos eletrônicos caso não cumpram 50 minutos por dia além da jornada de trabalho para suprir os dias parados. O acordo aditivo assinado entre o movimento sindical e o Banco do Brasil prevê essa compensação. Entretanto, as anotações negativas são caracterizadas como prática antissindical.
Uma bancária relata que o assédio começou já no primeiro dia após a assinatura do acordo. “Eu fui ameaçada caso não compensasse o tempo exigido pelo comitê e surpreendida com a apresentação de Instrução Normativa. O mesmo aconteceu com outros funcionários. Por conta do medo, a maioria está dando um jeito de compensar, mas há uma grande revolta.”
De acordo com outro bancário, foi anotado no seu ponto eletrônico que ele se recusou a cumprir a compensação. “Em nenhum momento houve recusa de minha parte. Observa-se no meu ponto, inclusive, registro com entrada anterior ao início de minha jornada, o que caracteriza compensação de parte das horas, dentro do estipulado na Convenção Coletiva de Trabalho”, afirma.
A cláusula 57 da CCT explicita que os dias não trabalhados por causa de paralisação serão compensados com a prestação de jornada suplementar de no máximo uma hora por dia, mas não determina o tempo exato.
O diretor do Sindicato João Fukunaga (foto) salienta que a comissão de empresa contatou a direção do banco em Brasília cobrando mudanças na postura dos gestores da CABB. “A direção ficou de conversar com o gerente geral Claudio Rocha, pois foi identificado pelos representantes dos trabalhadores que se trata de capricho desse gestor.”
O dirigente acrescenta que caso não haja mudanças na postura e no registro do ponto eletrônico, os protestos vão continuar.
Praxe – Os funcionários da CABB não são os primeiros a se manifestarem contra as retaliações ao direito de greve por parte da direção do BB. No dia 24 de outubro, os bancários dos complexos São João e Cenop paralisaram as atividades. No dia 28 foi a vez dos empregados da Super mostrarem sua indignação contra as práticas antissindicais perpetradas pelos gestores do BB.
“As manifestações dos trabalhadores fizeram a direção do BB cobrar os gerentes gerais dos complexos São João e Cenop Imobiliário a mudarem de postura quanto ao ponto eletrônico dos funcionários”, completa o dirigente João Fukunaga.
Rodolfo Wrolli - 31/10/2013
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Bancários do setor que aderiram à greve estão sofrendo ameaças por meio de anotações negativas no ponto eletrônico
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