Pular para o conteúdo principal

Sindicato presta solidariedade a bancários italianos

Linha fina
Carta será enviada à embaixada italiana no Brasil para denunciar e repudiar desrespeito dos banqueiros aos direitos dos trabalhadores, que estão em greve desde quinta-feira
Imagem Destaque

São Paulo – Bancários brasileiros entregarão à embaixada italiana uma carta em repúdio aos bancos da Itália, conforme foi discutido em reunião da UNI Finanças que ocorreu em Atenas, capital da Grécia, em outubro.

Sem qualquer negociação com representantes da categoria, as instituições financeiras da Associação Bancária Italiana (ABI) anularam a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos trabalhadores em setembro, gerando tensão e insegurança entre os funcionários ao sinalizar que querem cortes substanciais de custos – demissões – no próximo acordo, ainda como reflexo da crise europeia.

A CCT foi assinada em janeiro de 2012 e deve valer até junho de 2014.

“Repudiamos frontalmente os banqueiros italianos pelo golpe aos bancários. Os trabalhadores não podem pagar a conta da crise. Não podemos aceitar, em hipótese alguma, o rompimento de acordo, nem demissões. Devemos lutar duramente em defesa dos direitos dos bancários em âmbito global”, alerta a diretora executiva do Sindicato, Rita Berlofa.

Para a dirigente, a unidade internacional dos trabalhadores é essencial neste momento, assim como a pressão que bancários de vários países devem fazer contra a política de austeridade que empresários italianos tentam impor. “É necessária a intervenção do governo. Esses bancos receberam ajuda financeira do governo diante da crise e se trata de dinheiro público. Logo, espera-se uma contrapartida social, entre elas, a garantia de emprego. Está claro que o modelo neoliberal, com corte de direitos, não funciona, é um equívoco”, defende Rita.

Além de vender ativos, bancos italianos fecharam agências e anunciaram 19 mil cortes de empregos desde 2011.

Mobilização – Na quinta-feira 31, pela primeira vez em 13 anos os bancários da Itália entram em greve. Comícios devem ocorrer em Roma e em Milão nos próximos dias. O Sindicato apoia a campanha internacional organizada pela UNI Finanças, que representa 3 milhões de trabalhadores do setor financeiro em todo mundo. A orientação é que bancários brasileiros, assim como federações e sindicatos, enviem mensagens de apoio à greve.

A UNI criou um correio eletrônico para o envio das mensagens a fim de fortalecer a unidade da categoria em todo o mundo. Clique aqui para participar.

“Não podemos permitir que, no futuro, os bancários italianos fiquem sem acordo coletivo nacional. Sabemos da luta que é manter a categoria forte, pois acabamos de sair, no Brasil, de uma greve que durou 23 dias. Portanto, é necessário que sejamos solidários”, conclui a dirigente sindical.

O chefe mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane, salienta que “o setor financeiro da Itália deve estabelecer um programa para envolver as empresas para a economia real, reduzir o pagamento de bônus aos seus executivos (que não conseguiram fazer a imagem do setor se recuperar), aumentar o apoio à produção e organizar as vendas de produtos e o assessoramento em função das necessidades dos consumidores, evitando colocar pressão sobre os trabalhadores para que alcancem os objetivos, um sistema que já provou não ser capaz de garantir um futuro sustentável para os bancos”.


Redação, com informações da Contraf-CUT – 31/10/2013

seja socio