São Paulo – Os empregados da Caixa não se cansam de dizer que a greve não é apenas pelo salário, mas por melhores condições de trabalho. Essa foi uma das principais palavras de ordem ouvidas neste 16º dia de greve, em frente à Superintendência Regional da Caixa. em Pinheiros.
Os cerca de 70 funcionários do complexo na Rua Pedroso de Morais, que também comporta uma agência, permaneceram na calçada em frente ao prédio.
Os bancários estenderam um varal de fotos em frente ao prédio com provas das más condições de trabalho em instalações da Caixa em todo o país: banheiros sem pia, más condições de higiene, cadeiras quebradas. Entre as principais reivindicações dos empregados está o fim da sobrecarga de trabalho, causada sobretudo pelo plano do banco público de expandir sua capilaridade.
A Caixa hoje tem cerca de 2,9 mil agências em todo o território nacional e pretende dobrar esse número até 2015. O problema é que o número de contratações não acompanha o crescimento do número de agências. Muitas das novas agências têm de 5 a 9 funcionários, gerando alta sobrecarga e dificuldades até para ir ao banheiro e almoçar.
Um funcionário da agência da Rua Pedroso de Morais relata que em sua agência a situação ainda não atingiu o limite – têm cerca de 40 funcionários, mas já tiveram mais de 50. Porém, ele aponta que em uma agência vizinha, há falta de pessoal e somente um caixa atendendo.
Horas-extras clandestinas – Outro grave problema apresentado é o limite para horas-extras, que acaba gerando um trabalho clandestino, por orientação dos próprios gestores do banco. Isso porque, ao exceder o limite de horas-extras permitido, o trabalhador é pressionado a bater suas metas. “Alguns têm que vir no dia de folga, não bater o ponto, e trabalhar normalmente para alcançar as metas. A Caixa fala que isso é ilegal, mas não coíbe a prática. Há o caso de um funcionário da agência que foi transferido para um local mais afastado, após se recusar a fazer essas horas-extras ilegais”, afirma um funcionário.
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Renato Godoy – 4/10/2013
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