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São Paulo – Trabalhadores da Caixa deram mais um exemplo da pressão que a mobilização dos trabalhadores pode exercer sobre os banqueiros. Na terça-feira 20, 15º dia de greve, todos os Crat (Centrais de Atendimento Telefônico) do banco público tiveram suas atividades paralisadas. O ato foi nacional e afetou os call centers de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Fortaleza.
> Fotos: galeria da greve no Brás
Além de reforçar reivindicações gerais da categoria, como aumento real e melhores condições de trabalho, a manifestação cobrou o fim da terceirização, mais contratações e defendeu o papel do banco público para o desenvolvimento do país. Em São Paulo, o ato foi realizado no prédio do Brás, onde trabalham cerca de 600 bancários e 1,2 mil terceirizados.
“Neste prédio temos terceirização de atividades-fim do banco. Existe também risco de explosão com armazenamento de diesel para garantir o funcionamento ininterrupto dos departamentos. Inclusive, ganhamos uma ação de periculosidade, em primeira instância, por esse motivo. Temos ainda diversas denúncias de assédio moral e cobrança abusiva de metas, principalmente na Siopi (Sistema de Operações Imobiliárias)”, conta o diretor do Sindicato e empregado da Caixa lotado no prédio do Brás, Antônio Carlos Cordeiro.
> Caixa condenada a pagar periculosidade no Brás
“Ganhamos muito menos que bancários e fazemos o mesmo serviço, vendemos os mesmos produtos. Nosso vale-alimentação, de R$ 6,50, chamamos de vale-coxinha. É impossível fazer uma refeição decente. Temos que trazer marmita de casa”, critica uma trabalhadora terceirizada.
“Quem trabalha em banco, bancário é. O certo são concursados entrarem na Caixa e prestarem o serviço de atendimento à população. Por isso, nós temos a campanha Mais Empregados Para a Caixa, Mais Caixa Para o Brasil, que vem de antes da greve e continua”, disse o também diretor do Sindicato e empregado da Caixa Dionísio Reis.
“O banco está com planejamento de redução de pessoal. Já saíram mais de três mil pessoas e isso aumenta o ritmo de trabalho e reduz condições de atendimento. A Caixa utiliza-se de métodos de gestão baseados no assédio e cobrança abusiva de metas como, por exemplo, a GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas)”, acrescenta o dirigente.
> Empregados cobram fim da GDP na Caixa
Não à privatização – O ato nacional dos empregados da Caixa também chamou atenção para as ameaças que pairam sobre o banco público.
“Bancos privados fazem lobby para a privatização da Caixa. Um dos projetos onde vemos isso é o PLS 555, que já passou em comissão mista, e que se não fosse pelos trabalhadores, ninguém conheceria. O PLS prevê a abertura de capital e, em menos de três meses, venda de 25% das ações. Isso colocaria a Caixa na lógica de retorno sobre ação, o que vai contra o seu papel para o desenvolvimento do país”, destacou o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Francisco Pugliesi.
Negociação – A greve da categoria conseguiu arrancar dos banqueiros uma nova rodada de negociação, realizada na terça 20. A Fenaban propôs 7,5% de reajuste, sem abono e o Comando Nacional rejeitou a proposta na mesa e orienta a categoria a manter a greve forte.
Leia mais
> Cerca de 60 mil bancários parados nesta 3ª
> Fenaban propõe 7,5% de reajuste sem abono
Felipe Rousselet – 20/10/2015
(Atualizado às 19h26)
> Fotos: galeria da greve no Brás
Além de reforçar reivindicações gerais da categoria, como aumento real e melhores condições de trabalho, a manifestação cobrou o fim da terceirização, mais contratações e defendeu o papel do banco público para o desenvolvimento do país. Em São Paulo, o ato foi realizado no prédio do Brás, onde trabalham cerca de 600 bancários e 1,2 mil terceirizados.
“Neste prédio temos terceirização de atividades-fim do banco. Existe também risco de explosão com armazenamento de diesel para garantir o funcionamento ininterrupto dos departamentos. Inclusive, ganhamos uma ação de periculosidade, em primeira instância, por esse motivo. Temos ainda diversas denúncias de assédio moral e cobrança abusiva de metas, principalmente na Siopi (Sistema de Operações Imobiliárias)”, conta o diretor do Sindicato e empregado da Caixa lotado no prédio do Brás, Antônio Carlos Cordeiro.
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“Ganhamos muito menos que bancários e fazemos o mesmo serviço, vendemos os mesmos produtos. Nosso vale-alimentação, de R$ 6,50, chamamos de vale-coxinha. É impossível fazer uma refeição decente. Temos que trazer marmita de casa”, critica uma trabalhadora terceirizada.
“Quem trabalha em banco, bancário é. O certo são concursados entrarem na Caixa e prestarem o serviço de atendimento à população. Por isso, nós temos a campanha Mais Empregados Para a Caixa, Mais Caixa Para o Brasil, que vem de antes da greve e continua”, disse o também diretor do Sindicato e empregado da Caixa Dionísio Reis.
“O banco está com planejamento de redução de pessoal. Já saíram mais de três mil pessoas e isso aumenta o ritmo de trabalho e reduz condições de atendimento. A Caixa utiliza-se de métodos de gestão baseados no assédio e cobrança abusiva de metas como, por exemplo, a GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas)”, acrescenta o dirigente.
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Não à privatização – O ato nacional dos empregados da Caixa também chamou atenção para as ameaças que pairam sobre o banco público.
“Bancos privados fazem lobby para a privatização da Caixa. Um dos projetos onde vemos isso é o PLS 555, que já passou em comissão mista, e que se não fosse pelos trabalhadores, ninguém conheceria. O PLS prevê a abertura de capital e, em menos de três meses, venda de 25% das ações. Isso colocaria a Caixa na lógica de retorno sobre ação, o que vai contra o seu papel para o desenvolvimento do país”, destacou o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Francisco Pugliesi.
Negociação – A greve da categoria conseguiu arrancar dos banqueiros uma nova rodada de negociação, realizada na terça 20. A Fenaban propôs 7,5% de reajuste, sem abono e o Comando Nacional rejeitou a proposta na mesa e orienta a categoria a manter a greve forte.
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Felipe Rousselet – 20/10/2015
(Atualizado às 19h26)