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É greve! E a culpa é dos bancos

Linha fina
Eles lucraram R$ 36,3 bilhões só no primeiro semestre deste ano, mas oferecem aos trabalhadores apenas 5,5% de reajuste nos salários e verbas, o que represents perdas de 4% para a categoria; diante da pior proposta dos últimos anos, bancários cruzam os braços
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São Paulo - O setor mais lucrativo e rentável da economia brasileira leva mais uma vez seus trabalhadores à greve. A partir de terça 6, bancários de todo o país param por tempo indeterminado. Uma resposta à proposta rebaixada da federação dos bancos (Fenaban) de 5,5% de reajuste para salários, PLR, vales e auxílios, que nem chega perto de cobrir a inflação de 9,88% no período (INPC) e representa perda de 4% para os trabalhadores. E nada para questões fundamentais para a categoria como melhorias nas condições de trabalho, saúde e garantia de emprego.

Orientações do Sindicato para a greve
> Assembleia rejeita proposta e aprova greve

Além disso, os bancos ressuscitaram a lógica do abono, e ofereceram R$ 2.500 pagos uma única vez e não incorporados aos salários, ou seja, não incidem sobre FGTS, férias ou 13º.

“Tentamos resolver a campanha na mesa de negociação, mas os bancos tornaram isso impossível diante dessa que é a pior proposta dos últimos anos. E vindo de um setor que, mesmo diante da crise econômica, continua apresentando lucros cada vez maiores”, destaca a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

Só no primeiro semestre do ano, os resultados das cinco maiores instituições financeiras no país (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander) somaram R$ 36,3 bilhões, crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período de 2014.

“Ou seja, uma proposta como essa não tem justificativa. A única explicação é a ganância de um setor que explora seus trabalhadores com sobrecarga e metas abusivas. E que só sabe tirar da sociedade, praticando juros altíssimos, tarifas excessivas, que chegaram a crescer 169% entre 2013 e 2015, e promovendo desemprego no país. Em oito meses já cortaram 6.003 postos de trabalho (dados do Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Por pura ganância eles levam os trabalhadores à greve, prejudicando assim toda a população”, acrescenta Juvandia.

Mobilização – Em assembleia organizativa para a greve, na segunda 5, os bancários aprovaram procurar os petroleiros para organizar um ato em conjunto na quinta-feira 8. 
Durante o movimento, o Comando de Greve reúne-se diariamente às 17h, no Auditório Azul do Sindicato (Rua São Bento, 413, Centro). Quando houver assembleia, a reunião do Comando será às 16h. O Comando de Greve é integrado por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros, delegados sindicais da Caixa e do Banco do Brasil, reúne-se na quarta-feira 9, às 17h, no Sindicato (Rua São Bento, 413, Centro). Outros bancários que quiserem ajudar a organizar o movimento, também podem participar.

Assembleia – A próxima assembleia da categoria será na terça-feira 13, às 17h, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé).

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Andréa Ponte Souza - 5/10/2015
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