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São Paulo – Os bancários entram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira 6 após rechaçarem com veemência, em assembleias por todo o Brasil, a proposta apresentada pela federação dos bancos (Fenaban) para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Nas mesas específicas com Banco do Brasil e Caixa Federal, nem proposta foi apresentada para renovação dos respectivos acordos aditivos.
> Assembleia rejeita proposta e aprova greve
> Vídeo: Bancários se preparam para a greve
Tempo e diálogo não faltaram para os banqueiros resolverem o processo nas mesas de negociações. As três pautas, democraticamente construídas com a participação de trabalhadores de todo o país, foram entregues em 11 de agosto e, de lá para cá, foram seis rodadas de debates só com a Fenaban. Houve mais quatro com a direção do Banco do Brasil e outras cinco com a diretoria da Caixa. A data base dos três acordos é 1º de setembro.
> Confira como foram as negociações
“Depois de mostrarmos para eles com vários dados que é possível, e necessária, a valorização da categoria, na última reunião vieram com a pior proposta dos últimos anos que traz perdas enormes para a renda dos trabalhadores e não contempla outras prioridades, como garantia de emprego, combate ao assédio moral e metas abusivas, igualdade de oportunidades para todos, dentre outros pontos da pauta”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional que negocia com a Fenaban.
Os bancos ofereceram reajuste de 5,5% nos salários e verbas, ante a inflação de 9,88% no período, o que geraria perda de 4% nos salários, anulando os ganhos reais conquistados, com muita luta, nos dois últimos anos. Só em 2013, foi quase um mês de greve. No vale-refeição, o reajuste não pagaria uma coxinha, já que representaria R$ 1,43 ao dia.
O abono de R$ 2,5 mil também foi rechaçado. A categoria entendeu que, além de ser pago só uma vez, o valor não integraria o salário e, consequentemente, não se incorporaria ao FGTS, à aposentadoria nem ao 13º, gerando perdas enormes também no longo prazo. Fora que sequer seriam esses R$ 2,5 mil, porque sobre eles incidem imposto de renda e INSS.
Não à toa, a assembleia de São Paulo, realizada na quinta 1º (foto), com mais de 1,5 mil bancários de instituições públicas e privadas, rejeitou por unanimidade o que foi oferecido e aprovou a greve por tempo indeterminado a partir da terça 6. O resultado comprovou enquete feita pelo site do Sindicato. Das mais de 10 mil respostas, 97% enquadraram a proposta como desrespeitosa (62,4%), péssima (26%) ou ruim (8,6%). Apenas 3% apontaram como aceitável. “Só podem ser os banqueiros”, ironizou Ivone Maria, secretária-geral do Sindicato.
Cofres cheios – A intolerância da categoria com a proposta não é à toa, afinal os bancos passaram bem longe da tal crise alardeada. Engordaram seus cofres no primeiro semestre lucrando R$ 36,3 bilhões, 27,3% a mais do que o mesmo período do ano passado (resultado de BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander).
De 2013 para cá aumentaram as tarifas 11 vezes mais que a inflação e 9,83 vezes mais do que pagam para os bancários. Só com o que arrecadam com elas, daria para cobrir todas as folhas de pagamento e sobraria muito para contratar mais, necessidade premente da categoria.
E como falar em crise para negar as reivindicações, se o setor paga, em média, quase R$ 420 mil por mês para cada executivo, contra o salário médio de R$ 6,2 mil para os trabalhadores? Justamente eles, os bancários, grandes responsáveis por ir para a linha de frente e gerar tanto resultado.
“Aí chega na hora de negociar, eles desrespeitam todas as nossas reivindicações. É uma proposta vergonhosa. A categoria bancária tem de ser respeitada, valorizada, pois são os responsáveis pelos lucros. Vamos fazer uma greve muito forte para mostrar a reprovação dos trabalhadores com a proposta dos bancos”, reforça Juvandia.
Leia mais
> Informação confiável é com o Sindicato
> Horário de atendimento muda durante greve
Redação – 2/10/2015
(Atualizada às 20h34 de 5/10/2015)
> Assembleia rejeita proposta e aprova greve
> Vídeo: Bancários se preparam para a greve
Tempo e diálogo não faltaram para os banqueiros resolverem o processo nas mesas de negociações. As três pautas, democraticamente construídas com a participação de trabalhadores de todo o país, foram entregues em 11 de agosto e, de lá para cá, foram seis rodadas de debates só com a Fenaban. Houve mais quatro com a direção do Banco do Brasil e outras cinco com a diretoria da Caixa. A data base dos três acordos é 1º de setembro.
> Confira como foram as negociações
“Depois de mostrarmos para eles com vários dados que é possível, e necessária, a valorização da categoria, na última reunião vieram com a pior proposta dos últimos anos que traz perdas enormes para a renda dos trabalhadores e não contempla outras prioridades, como garantia de emprego, combate ao assédio moral e metas abusivas, igualdade de oportunidades para todos, dentre outros pontos da pauta”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional que negocia com a Fenaban.
Os bancos ofereceram reajuste de 5,5% nos salários e verbas, ante a inflação de 9,88% no período, o que geraria perda de 4% nos salários, anulando os ganhos reais conquistados, com muita luta, nos dois últimos anos. Só em 2013, foi quase um mês de greve. No vale-refeição, o reajuste não pagaria uma coxinha, já que representaria R$ 1,43 ao dia.
O abono de R$ 2,5 mil também foi rechaçado. A categoria entendeu que, além de ser pago só uma vez, o valor não integraria o salário e, consequentemente, não se incorporaria ao FGTS, à aposentadoria nem ao 13º, gerando perdas enormes também no longo prazo. Fora que sequer seriam esses R$ 2,5 mil, porque sobre eles incidem imposto de renda e INSS.
Não à toa, a assembleia de São Paulo, realizada na quinta 1º (foto), com mais de 1,5 mil bancários de instituições públicas e privadas, rejeitou por unanimidade o que foi oferecido e aprovou a greve por tempo indeterminado a partir da terça 6. O resultado comprovou enquete feita pelo site do Sindicato. Das mais de 10 mil respostas, 97% enquadraram a proposta como desrespeitosa (62,4%), péssima (26%) ou ruim (8,6%). Apenas 3% apontaram como aceitável. “Só podem ser os banqueiros”, ironizou Ivone Maria, secretária-geral do Sindicato.
Cofres cheios – A intolerância da categoria com a proposta não é à toa, afinal os bancos passaram bem longe da tal crise alardeada. Engordaram seus cofres no primeiro semestre lucrando R$ 36,3 bilhões, 27,3% a mais do que o mesmo período do ano passado (resultado de BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander).
De 2013 para cá aumentaram as tarifas 11 vezes mais que a inflação e 9,83 vezes mais do que pagam para os bancários. Só com o que arrecadam com elas, daria para cobrir todas as folhas de pagamento e sobraria muito para contratar mais, necessidade premente da categoria.
E como falar em crise para negar as reivindicações, se o setor paga, em média, quase R$ 420 mil por mês para cada executivo, contra o salário médio de R$ 6,2 mil para os trabalhadores? Justamente eles, os bancários, grandes responsáveis por ir para a linha de frente e gerar tanto resultado.
“Aí chega na hora de negociar, eles desrespeitam todas as nossas reivindicações. É uma proposta vergonhosa. A categoria bancária tem de ser respeitada, valorizada, pois são os responsáveis pelos lucros. Vamos fazer uma greve muito forte para mostrar a reprovação dos trabalhadores com a proposta dos bancos”, reforça Juvandia.
Leia mais
> Informação confiável é com o Sindicato
> Horário de atendimento muda durante greve
Redação – 2/10/2015
(Atualizada às 20h34 de 5/10/2015)