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São Paulo – Sem nova proposta dos banqueiros a indignação só aumenta entre os bancários. Os trabalhadores do centro de São Paulo são um exemplo da mobilização e continuavam de braços cruzados na quarta-feira 14, nono dia de greve nacional da categoria.
> Fotos: galeria de agências paralisadas
No Cenop Imobiliário do BB, na Rua 15 de Novembro, o clima é de desapontamento. “Pela nossa cara já dá para perceber que essa proposta não agradou em nada e sabemos que o abono é só um ‘cala a boca’”, definiu uma funcionária ao explicar a grande adesão.
Para outra bancária do local, a proposta baixa junto com o abono têm como objetivo desunir os trabalhadores. “Não achei que seria tão desrespeitoso, porque é isso que essa proposta é, um desrespeito. Acredito que foi para tentar nos desestabilizar, porque o abono não conta para nada, mas para quem está endividado é um dinheiro que ajuda. Creio que a estratégia deles é essa, nos dividir e fazer com que a gente brigue entre si”, comentou.
Mas não é só o reajuste que preocupa. No BB, uma grande reivindicação, não só no Cenop, é quanto ao plano de carreira e a isonomia entre os cargos. “Pra cada um é diferente aqui, ganhos, formas de promoção. Nada é claro. Tem gente aqui que é assistente e ganha mais do que a gente”, disse uma das trabalhadoras. “Saí da agência pra vir trabalhar aqui e perdi muito. Que promoção é essa que faz seu ganho cair?”, questionou outra.
Uma das funcionárias contou que está no BB há mais de uma década e ouve todos os anos que um plano de cargos e salários será publicado de forma clara. Mas até o momento isso não feito e, por isso, relata, não entendem como funciona exatamente o PCS. “Rola muita indicação também, o famoso QI (quem indica), aí fazem aquele circo só para dizer que houve um processo de seleção. Eu mesma já participei de um para nada”, reclamou.
As bancárias ainda sinalizam que para elas os critérios de promoção são ainda mais importantes por sentirem que são preteridas. “Eles privilegiam os homens, sim. Muita oportunidade aqui dentro só ocorre com transferência para lugares distantes como Brasília, mas para aquelas com filhos pequenos isso é complicado. O banco deveria ver que não é só porque uma mulher é mãe que ela não é uma boa profissional”, reforçou uma trabalhadora.
Gerência – A insatisfação atinge trabalhadores de todos os segmentos em bancos públicos e privados. “O justo é o que nós estamos pedindo de reajuste, não o que eles estão oferecendo. Queremos também qualidade nas condições de trabalho, menos pressão e cobrança de metas. O banco não se comunica com a gente, não sinalizam nada, não demonstram estarem preocupados. Os caras só querem ganhar dinheiro mesmo”, criticou o gerente de uma agência do Itaú na região central.
Além do reajuste, o gestor apontou que o desejo de muitos funcionários é de uma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) mais justa, já que há diferenças entre o valor recebido dependendo do departamento e cargo. “Tem que ser para todos, nós que ficamos aqui na agência ganhamos menos que o pessoal de outros setores, não é justo só favorecer uns, nós somos linha de frente. Lidar com clientes não é fácil”, completou.
E a revolta é também dos correntistas que estão apoiando a luta e reclamam das taxas e dos juros cobrados pelos bancos. “Os juros não deveriam ser tão altos, nem ter tanta taxa. Acho que cada um tem que correr atrás dos seus direitos mesmo”, afirmou Ricardo Santos, segurança.
Leia mais
> Bancários parados pelo 9º dia e culpa é dos bancos
Luana Arrais – 14/10/2015
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No Cenop Imobiliário do BB, na Rua 15 de Novembro, o clima é de desapontamento. “Pela nossa cara já dá para perceber que essa proposta não agradou em nada e sabemos que o abono é só um ‘cala a boca’”, definiu uma funcionária ao explicar a grande adesão.
Para outra bancária do local, a proposta baixa junto com o abono têm como objetivo desunir os trabalhadores. “Não achei que seria tão desrespeitoso, porque é isso que essa proposta é, um desrespeito. Acredito que foi para tentar nos desestabilizar, porque o abono não conta para nada, mas para quem está endividado é um dinheiro que ajuda. Creio que a estratégia deles é essa, nos dividir e fazer com que a gente brigue entre si”, comentou.
Mas não é só o reajuste que preocupa. No BB, uma grande reivindicação, não só no Cenop, é quanto ao plano de carreira e a isonomia entre os cargos. “Pra cada um é diferente aqui, ganhos, formas de promoção. Nada é claro. Tem gente aqui que é assistente e ganha mais do que a gente”, disse uma das trabalhadoras. “Saí da agência pra vir trabalhar aqui e perdi muito. Que promoção é essa que faz seu ganho cair?”, questionou outra.
Uma das funcionárias contou que está no BB há mais de uma década e ouve todos os anos que um plano de cargos e salários será publicado de forma clara. Mas até o momento isso não feito e, por isso, relata, não entendem como funciona exatamente o PCS. “Rola muita indicação também, o famoso QI (quem indica), aí fazem aquele circo só para dizer que houve um processo de seleção. Eu mesma já participei de um para nada”, reclamou.
As bancárias ainda sinalizam que para elas os critérios de promoção são ainda mais importantes por sentirem que são preteridas. “Eles privilegiam os homens, sim. Muita oportunidade aqui dentro só ocorre com transferência para lugares distantes como Brasília, mas para aquelas com filhos pequenos isso é complicado. O banco deveria ver que não é só porque uma mulher é mãe que ela não é uma boa profissional”, reforçou uma trabalhadora.
Gerência – A insatisfação atinge trabalhadores de todos os segmentos em bancos públicos e privados. “O justo é o que nós estamos pedindo de reajuste, não o que eles estão oferecendo. Queremos também qualidade nas condições de trabalho, menos pressão e cobrança de metas. O banco não se comunica com a gente, não sinalizam nada, não demonstram estarem preocupados. Os caras só querem ganhar dinheiro mesmo”, criticou o gerente de uma agência do Itaú na região central.
Além do reajuste, o gestor apontou que o desejo de muitos funcionários é de uma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) mais justa, já que há diferenças entre o valor recebido dependendo do departamento e cargo. “Tem que ser para todos, nós que ficamos aqui na agência ganhamos menos que o pessoal de outros setores, não é justo só favorecer uns, nós somos linha de frente. Lidar com clientes não é fácil”, completou.
E a revolta é também dos correntistas que estão apoiando a luta e reclamam das taxas e dos juros cobrados pelos bancos. “Os juros não deveriam ser tão altos, nem ter tanta taxa. Acho que cada um tem que correr atrás dos seus direitos mesmo”, afirmou Ricardo Santos, segurança.
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