São Paulo – A federação dos bancos (Fenaban) voltou para rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, na quarta-feira 21, com uma proposta de 8,75% para reajustar salários, piso, PLR, vales e auxílios, e sem abono. O índice representa perda de 1,03%.
O Comando questionou o valor que não repõe a inflação de 9,88% (INPC do período) e reiterou que os bancários querem aumento real.
Depois de um longo debate, a Fenaban destacou que as margens de negociação estão estreitas, mas vai consultar os bancos para continuar a rodada na quinta 21, no 17º da greve, às 14h. Na terça-feira 20, a proposta apresentada foi de 7,5%, também rejeitada na mesa de negociação pelo Comando Nacional.
“Os bancos têm de melhorar essa proposta”, cobra a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Outros setores da economia, inclusive prejudicados pela crise internacional como químicos e metalúrgicos, estão pagando aos seus trabalhadores reajuste que cobre a inflação”, reforça a dirigente que é uma das coordenadoras do Comando.
Com data base em 1º de setembro, como os bancários, dezenas de empresas do ABC paulista – mesmo diante dos efeitos da queda na venda de automóveis e caminhões – ofereceram aos seus empregados a garantia do índice que recompõe a inflação de 9,88%.
O setor químico de São Paulo, também propôs aos seus funcionários a correção dos salários pelo percentual equivalente à variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período de novembro de 2014 a outubro de 2015, que deverá girar em torno de 10%. A data-base da categoria é 1º de novembro.
“Os bancos não podem querer impor perdas aos seus empregados. A greve está forte e continua até que eles entendam isso”, finaliza Juvandia.
“Vamos manter a negociação pelo terceiro dia consecutivo. Esperamos uma proposta condizente aos lucros bilionários dos bancos”, disse Roberto Von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que também participa da coordenação do Comando Nacional.
Na luta – Na expectativa por uma proposta decente, os bancários seguem na luta. “O mínimo para começar a pensar se aceitamos ou não, é a reposição da inflação”, disse um dos cerca de 1,5 mil bancários que trabalham no CA Pinheiros, do Itaú, em greve na quarta-feira 21.“Qualquer índice abaixo da inflação é provocação”, reforçou uma colega.
Uma bancária da região central ressaltou: “O mínimo que os banqueiros deveriam fazer é devolver nosso poder de compra”.
“Avante na greve! Pelo menos a reposição da inflação do período!!! É o mínimo que podemos aceitar!”, frisou uma bancária nas redes sociais.
Ao todo, 55 mil bancários ficaram parados nesta quarta 21, em 745 locais de trabalho, sendo 28 concentrações e 717 agências. No país, foram 12.638 locais, sendo 12.603 agências e 35 predios administrativos.
> Bancários mantêm greve forte
Tuitaço! - O Comando orienta um grande tuitaço para esta quinta-feira 22, das 13h às 15h, para que a mobilização arranque proposta decente. usando #Exploraçãonãotemperdão!
Públicos – Banco do Brasil e Caixa Federal mantêm a sinalização de retomar as negociações específicas tão logo encerrada a mesa com a Fenaban.
Cláudia Motta - 21/10/2015
(Atualizado às 20h42)
Linha fina
Bancos apresentaram nova proposta de 8,75% e Comando dos Bancários recusou índice que sequer repõe a inflação e representa perda de 1,03%. Nesta quinta, paralisação nacional da categoria entra no 17º dia
Imagem Destaque