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Nova Central do Bradesco adere à greve

Linha fina
No primeiro dia do movimento, bancários da concentração no centro de São Paulo reclamaram dos 5,5% de reajuste oferecido pela Fenaban, que nem chega perto de cobrir a inflação; para eles é injusto e um insulto à categoria
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São Paulo – “Só o lucro do Bradesco foi 20% maior que o do ano passado, e eles ainda compraram o HSBC... Ou seja, dá pra oferecer um reajuste melhor pra gente sim!”, argumentou um funcionário da Nova Central, concentração do Bradesco no centro da capital, que fechou as portas no primeiro dia de greve da categoria, nesta terça-feira 5. A comparação que o trabalhador faz é entre o primeiro semestre deste ano com o de 2014.

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A insatisfação com a proposta apresentada pela federação dos bancos (Fenaban) - 5,5% de reajuste para salários, PLR, vales e auxílios - era geral entre os bancários, concentrados do lado de fora do prédio, na Avenida Ipiranga, centro de São Paulo.

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“Chega a ser um insulto”, disse outro funcionário sobre o percentual oferecido, que não chega nem perto de cobrir a inflação de 9,88% no período (INPC) e representa perda de 4% para a categoria. “Não me lembro de ter visto uma proposta tão ruim como essa”, acrescentou o trabalhador, que tem cinco anos de Bradesco.

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“Eu apoio a greve porque é a única forma de eles começarem a pensar em um aumento melhor, já que vão começar a ter prejuízo”, observou uma funcionária, há três anos na Nova Central.

“Do jeito que eles ganham, a proposta não só deveria cobrir a inflação como deveria ter aumento real. Não é justo com o trabalhador que se dedica tanto. E é ainda mais injusto porque a gente sabe que eles lucram sempre mais a cada ano”, opinou outro bancário. “Com toda a pressão que a gente sofre no dia a dia, a gente merecia mais”, ponderou a colega ao lado.

O argumento de que o país está passando por uma crise econômica, utilizado na mesa de negociação pela Fenaban, também foi contestado: “Nada a ver! A gente sabe muito bem que a crise não afeta os bancos. Eles até lucram mais com ela. Então, é muito injusto mesmo oferecer esses 5,5% pra gente”, criticou uma bancária.

Apenas no primeiro semestre deste ano, as cinco maiores instituições financeiras no país (Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram, juntas, R$ 36,3 bilhões. O resultado representa um crescimento de 27,3% em relação ao primeiro semestre de 2014.

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Andréa Ponte Souza – 6/10/2015
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