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Abono total dos dias parados na greve

Linha fina
Proposta é de 2 anos: reajuste em 2016 será de 8% mais abono de R$ 3.500. No vale-alimentação, o aumento será de 15%; no vale-refeição e auxílio-creche babá, 10%. Para 2017, reposição total da inflação (INPC) e aumento real de 1%. Assembleias serão realizadas nesta quinta-feira
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Redação Spbancarios
5/10/2016 
(atualizado às 6h01 de 6/10)

São Paulo - A federação dos bancos (Fenaban) apresentou nova proposta ao Comando Nacional dos Bancários, nessa quarta-feira 5, para um acordo de dois anos (veja abaixo).

O reajuste para 2016 será de 8% mais abono de R$ 3.500, que seria pago até 10 dias após assinatura da CCT. No vale-alimentação, aumento de 15%. No vale-refeição e no auxílio creche-babá, 10% (veja quadro). Para 2017, a proposta prevê reajuste de reposição da inflação (INPC) mais 1% de aumento real para os salários e em todas as demais verbas. A PLR será reajustada em 8% em 2016 e inflação mais 1% de aumento real em 2017.

Abono total dos dias – A rodada de negociação, que teve início por volta das 18h, caiu num impasse: a Fenaban insistia na compensação total dos dias parados. O Comando não aceitou qualquer tipo de punição aos grevistas e, após longo impasse, cerca de cinco horas de consulta aos bancos, a Fenaban informou o abono total dos 31 dias de greve. A proposta, no entanto, só valerá para assembleias realizadas na quinta.

A assembleia dos bancos privados será realizada na Casa de Portugal (Avenida da Liberdade, 602, Liberdade). A dos funcionários do Banco do Brasil será no Centro Social Hakka Brasil (Rua São Joaquim, 460, Liberdade). A dos empregados da Caixa será na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé). Para participar, haverá credenciamento e será necessário apresentar crachá ou holerite junto de documento com foto. Todas começam às 17h.

Luta garante – A luta empreendida pelos bancários nesses 31 dias de mobilização em todo o Brasil, completados nesta quinta-feira, garantiu avanços importantes em um momento muito difícil para os trabalhadores.

"Chegamos ao acordo possível nessa conjuntura de problemas na economia, tentativa da retirada de direitos dos trabalhadores, ameaça de privatizações, entrega do pré-sal, governo tentando desindexar a economia. Avaliamos que apesar dos bancos se recusarem a repor a inflação neste ano, é um avanço a correção de 15% no vale-alimentação e os aumentos maiores no vale-refeição e auxílio-creche babá. Mais importante ainda é o aumento real em 2017 e a garantia de todos os direitos da CCT e dos acordos específicos”, avalia a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

“Agora, nossa greve chegou ao ápice e já começa a sofrer ataques da grande imprensa, que joga os clientes contra os trabalhadores. Por tudo isso, o Comando defende a aprovação da proposta nas assembleias que serão realizadas nesta quinta”, diz a dirigente, uma das coordenadoras do Comando.

Novas conquistas – A proposta dos bancos contempla a licença-paternidade, que passará de 5 dias para 20 dias, a partir de 2017, quando o governo anunciar  o benefício fiscal. “Uma mudança que vale muito na lógica da responsabilidade compartilhada entre homens e mulheres”, avalia a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva.

Emprego – A Fenaban também propôs a criação de um grupo de trabalho para analisar critérios de realocação e requalificação, cujas regras serão estabelecidas entre bancos e o Comando Nacional dos bancários. “Esse é um importante avanço para a categoria, um espaço para debater o fim das demissões causadas pela rotatividade nos bancos”, explica Ivone. “Só a luta garante avanços e os bancários, mais uma vez, mostraram a força da mobilização.”

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