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Bancários de bancos privados encerram greve

Linha fina
Trabalhadores aceitaram reajuste de 8% este mais abono de R$ 3.500, com anistia completa dos dias parados, e aumento real de 1% em 2017; acordo também garantiu VA, VR e auxílio creche/babá maiores
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Felipe Rousselet, Redação Spbancarios
6/10/2016


São Paulo – Após 31 dias de paralisação, os bancários de bancos privados de São Paulo, Osasco e região encerraram, em assembleia realizada na quinta-feira 6, uma greve histórica. De forma unânime, os trabalhadores aprovaram proposta (veja abaixo) de 8% de reajuste salarial para esse ano, mais abono de R$ 3.500, com garantia de reposição da inflação (INPC) mais aumento real de 1% em 2017. O mesmo modelo vale para a atualização da PLR (8% em 2016; inflação mais 1% de aumento real em 2017), cuja primeira parcela será paga em até 10 dias após a assinatura do acordo com a Fenaban (federação dos bancos), junto com o abono.  

Não ha prazo para a assinatura da CCT. Vamos divulgar a data nos próximos dias.

> Vídeo: bancários aprovam proposta e encerram a greve 

“Os bancarios demonstraram nesses 31 que tem disposição de lutar e manter os seus direitos.Uma categoria de luta, organizada e combativa”, enfatizou a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira (foto abaixo), na sua saudação aos bancários presentes na assembleia dos bancos privados.

Além do reajuste salarial, a categoria conquistou já nesse ano aumento de 15% no vale-alimentação e de 10% no vale-refeição e auxílio-creche/babá. Já em 2017, todas essas verbas serão reajustadas da mesma forma que os salários (inflação mais 1% de aumento real).

Emprego  Outra conquista de grande importância foi a criação de um centro de realocação e requalificação profissional, com o objetivo de combater as demissões no setor, cujas regras serão discutidas entre bancos e o Comando Nacional dos Bancários.

“O reajuste de 8% não era o que queríamos porém se não fosse a nossa greve não teríamos conquistado nem isso e nem o aumento real para 2017. Os bancos queriam nos derrotar em 6,5%. Conseguimos que os banqueiros não voltassem com o modelo da década de 1990, quando todos anos tivemos aumento abaixo da inflação. Isso porque querem aplicar ataque de direitos, desindexação da economia. Isso é uma vitória diante da política neoliberal que querem implementar, colocando o trabalhador como o problema do país”, destacou a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva.

“Estamos em uma conjuntura de ameaça de retirada de direitos, com a reforma da Previdência, a proposta de acabar com a jornada de seis horas dos bancários, o projeto de lei da terceirização, um grande risco para a categoria. Nossa luta vai continuar, ela não termina aqui. A luta para não perder direitos continua. A proposta mudou, para melhor, pela nossa luta, pelo nosso esforço”, enfatizou Juvandia.

Dias parados – Durante a última negociação com a Fenaban, o Comando Nacional dos Bancários venceu uma dura queda de braço. Inicialmente, os bancos queriam a reposição de todos os dias parados. Após o embate se estender pela madrugada do dia 6, os banqueiros recuaram e todos os dias de greve serão anistiados para os trabalhadores que aprovaram a proposta nesta quinta-feira 6.

Licença-paternidade –  Os bancários ainda conquistaram a ampliação da licença-paternidade, que passará de 5 dias para 20 dias, a partir de 2017, quando o governo anunciar  o benefício fiscal.

Itaú e HSBC – No caso dos bancários do Itaú, junto com a primeira parcela da PLR e o abono, eles vão receber também a PCR.

E os trabalhadores do HSBC – que teve suas operações no Brasil adquiridas pelo Bradesco – conquistaram o pagamento da PLR pelo Bradesco para os meses de julho, agosto e outubro, que será creditada, a título de antecipação, 10 dias após a assinatura do acordo com a Fenaban, junto com o abono.  

> Reajuste também vale para PCR do Itaú 
> Bancários do HSBC receberão PLR do Bradesco

Vale-cultura – Os bancários devem pressionar o governo federal pela manutenção do vale-cultura. Caso a legislação seja renovada, os bancos manterão o direito para os trabalhadores.

Financiários – O Sindicato está cobrando da federação das financeiras (Fenacrefi) a retomada das negociações. 

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