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Greve dos bancários, culpa é dos bancos

Linha fina
Em consonância com governo Temer, que prevê terceirizações e retirada de direitos trabalhistas e na aposentadoria, Fenaban desrespeita movimento sindical e emperra processo de negociação; a resposta da categoria continuará sendo paralisação. Participe da assembleia nesta segunda!
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Redação Spbancarios
3/10/2016


São Paulo - A greve dos bancários chega ao 28º dia nesta segunda e a culpa é dos bancos que, mesmo com lucros bilionários – quase R$ 30 bi no primeiro semestre –, emperram a  negociação com proposta de reajuste para salários, pisos, vales e auxílios que não cobre nem a inflação. Também não melhoraram a PLR, nem apresentaram nada para reivindicações de garantia de emprego, de igualdade de oportunidades, de combate ao assédio moral e às metas abusivas que tanto adoecem os trabalhadores do setor financeiro.

Orientações para a greve
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Na última negociação, na quarta-feira 28, a federação dos bancos (Fenaban) manteve os 7% de reajuste para este ano, mais abono de R$ 3.500, e 0,5% de aumento real para 2017. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa. “Os bancos podem pagar mais, mas estão se aproveitando da conjuntura política do país”, diz a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.

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Vale lembrar que desde 2004 os bancários fazem greve para defender seus direitos e arrancar reajuste digno para seus salários, para a PLR, piso, vales e auxílios. Mas, este ano, a Fenaban assumiu uma postura diferente, talvez respaldada pelo momento político que o país atravessa.

Em 2003, a campanha nacional dos bancários passou a ser unificada entre bancos públicos e privados e, a partir de então, a categoria acumulou ganhos, tanto salariais quanto nos direitos garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Isso se deu num cenário no qual a representação sindical passou a ser ouvida. Foram greves duras que arrancaram conquistas, mas sob um quadro político de absoluto respeito aos direitos trabalhistas.

Este ano, tudo mudou. O governo federal foi tomado por partidos que abertamente atentam contra esses direitos trabalhando em prol da terceirização dos serviços, de reformas previdenciária e trabalhista que só interessam ao setor patronal. E interessam muito aos bancos.

“O setor bancário parece estar se aproveitando deste cenário para tentar colocar os trabalhadores contra a parede. Essa postura tão irresponsável é absurda, partindo do que deveria ser um dos setores mais importantes para a economia nacional. Os bancos não podem impor aos seus funcionários e à sociedade perdas, em nome de engordar seus lucros, os ganhos de seus executivos e acionistas. Num momento de crise econômica e política, como a que o país está vivendo, apostam no quanto pior melhor. Isso é inaceitável”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva.

A dirigente acrescenta que a mídia quer jogar a população contra os trabalhadores. “A imprensa golpista ataca nossa greve porque é sustentada pelo setor financeiro e também porque apoia o golpe contra os trabalhadores.”

O Comando Nacional dos Bancários cobra dos bancos a responsabilidade que a categoria e a população brasileira merecem. Enquanto isso, a paralisação continua.

Assembleia – Neste momento, a categoria deve se unir e mobilizar ainda mais. Todos estão convidados a participar da assembleia na segunda-feira 3, para debater os rumos do movimento. Será às 17h, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé). É necessário levar documento de identificação com foto e crachá do banco para se credenciar. 

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