São Paulo – Mesmo após Temer promover a maior retirada de direitos trabalhistas da história, representantes de empresas globais afirmaram que esperavam facilidades ainda maiores para terceirizar e reduzir salários com a reforma trabalhista. Foi na última semana, durante reunião da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham). Dentre esses empresários, Gustavo Salgado, do banco Sumitomo Mitsui Brasileiro, reclamou do período mínimo de um ano e meio para contratar como terceirizado um trabalhador demitido, pagando salários menores e sem os direitos assegurados pela Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários.
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Para denunciar a ganância sem limites do banco japonês, o Sindicato realizou protesto, na sexta-feira 6, em frente à sede da instituição na capital paulista.
“Estamos aqui protestando contra tamanha ganância dos banqueiros, explicitada na declaração do representante do Sumitomo Mitsui Brasileiro. A sua fala, assim como de outros representantes de empresas globais presentes na reunião da Amcham, mostra claramente o que falamos todos os dias. Que essa reforma foi encomendada pelos banqueiros e empresários para desmontar as leis trabalhistas, reduzir o poder de pressão dos sindicatos e acabar com políticas sociais. Tudo visando seus lucros. Sem qualquer visão social, cidadã, de como vai ficar o país, o desenvolvimento, a geração de empregos e a proteção ao trabalho”, criticou a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro.
Sindicato repudia declarações de representante do banco Sumitomo Mitsui Brasileiro sobre reforma trabalhista. https://t.co/HaPqnhCFCK pic.twitter.com/GltGzrrgBR
— Sind. dos Bancários (@spbancarios) 6 de outubro de 2017
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Anticapitalistas! – Outro ponto criticado pelas empresas globais na reunião da Amcham foi o fato de que reduções de salários permanecem ilegais. “Então quer dizer que ainda não vamos poder reduzir salários? Isso é a coisa mais anticapitalista que existe”, bradou Terry Boyland, representante da CPQI, empresa que fornece tecnologia para bancos na América Latina.
Elogios – Mesmo com as críticas, a reforma trabalhista ainda foi bastante elogiada pelos representantes do mercado presentes na reunião da Amcham, realizada em Nova Iorque. Entre os pontos mais celebrados, a possibilidade de que acordos diretos entre patrões e empregados se sobreponham à legislação e a exigência de que o trabalhador arque com custos processuais em caso de derrota em ação judicial contra a empresa.
Carta aberta e abaixo-assinado – Durante o protesto, além de distribuir carta aberta à população e dialogar com os bancários do Sumitomo para denunciar a postura gananciosa de banqueiros e empresários, o Sindicato recolheu assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que propõe a revogação da Reforma Trabalhista. Capitaneada pela CUT, a proposta precisa de 1,3 milhão de assinaturas para ser analisado pelo Congresso.
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“É muito importante que os bancários contribuam com o abaixo-assinado. Não só assinando, mas também buscando apoio nas agências e departamentos, igrejas, escolas e outros locais. São nossos direitos que estão em jogo. Só a luta te garante”, conclama a secretária-geral do Sindicato.