São Paulo – O Sindicato está mobilizado há mais de uma semana na agência Jardim Camargo Novo da Caixa, uma das 100 unidades que a direção do banco público pretende fechar no município de São Paulo. Localizada no extremo leste da capital paulista (Avenida Academia de São Paulo, 310), é a única da Caixa em uma região com mais de 100 mil habitantes. Na segunda-feira 23, será realizado um grande ato contra o encerramento das atividades no local.
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“Estaremos juntos – Sindicato, empregados, população e comerciantes – protestando contra o fechamento dessa agência, que é extremamente importante para a região. A luta contra o encerramento das atividades dessa unidade do banco se tornou um símbolo da nossa resistência contra o desmonte e privatização da Caixa. As consequências para a região representam o que acontecerá no país se o banco perder seu caráter 100% público: população prejudicada, comércio paralisado e desenvolvimento econômico estagnado”, enfatiza o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa Francisco Pugliesi, o Chico.
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20 de outubro de 2017
“Já recolhemos mais de três mil assinaturas contra o desmonte da Caixa e pela continuidade das atividades dessa agência. Também tivemos o compromisso da subprefeitura do Itaim Paulista, em reunião na sexta 20, de que vão ajudar na luta, pressionando o banco via ofício pela manutenção da agência e participando de reunião na Superintêndencia Regional da Caixa. A população e os comerciantes locais, que estiveram presentes em várias reuniões convocadas pelo Sindicato, também abraçaram a luta. Faremos todos juntos um ato memorável. É disso que precisamos. Unir toda a sociedade contra o desmonte e privatização da Caixa, um patrimônio do povo brasileiro que está ameaçado pelo governo Temer”, acrescenta.
A carteira de crédito da agência Jardim Camargo Novo supera os R$ 30 milhões. Só em habitação são mais de R$ 23 milhões e cerca de 12 mil contas poupança respondem por mais de R$ 17 milhões. Já o total de ativos supera os R$ 73 milhões.
“Não são apenas esses números que comprovam a importância da agência para a região. Os testemunhos dos moradores, que ouvimos nesse tempo que estamos ocupando a frente da agência, trazem a dimensão humana do desastre que será o fechamento da unidade, previsto para 10 de novembro”, explica o dirigente.
Um exemplo da importância da Caixa para a região é a cooperativa Eco Banco Fênix Agape, que trabalha com catadores de materiais recicláveis e está localizada a alguns metros da agência Jardim Camargo Novo.
“Nós trabalhamos com catadores, com donas de casa desempregadas, que não têm nada. O primeiro passo quando chegam aqui é encaminhá-los até a Caixa para abrir uma conta fácil, que não tem restrições de renda, para poder receber o dinheiro no final do mês. Isso faz parte da inclusão dessas pessoas. Essa agência facilita a vida da nossa comunidade e dos trabalhadores. Um dos nossos projetos, o Banco de Resíduos, tem como objetivo receber o material coletado pelos catadores, transformar esse resíduo em espécie e isso vai ser direcionado ao banco mais próximo, a Caixa, para ser distribuído nas contas. Se tivermos que ir para outra agência, mais distante, vai ficar muito mais difícil”, explica Dona Francisca, responsável pela cooperativa, reforçando que estará presente no ato do dia 23.
“A Caixa é um banco público e, como tal, desempenha um papel social importantíssimo, seja na operação de programas sociais, no desenvolvimento das comunidades e na inclusão bancária das populações de locais onde os bancos privados não têm interesse em atuar. A direção do banco não pode simplesmente ignorar isso e sair fechando agências sem o devido debate com a sociedade. Por isso, nós convocamos todos os empregados da Caixa da região do Jardim Camargo Novo, a população e os comerciantes locais para deixar claro, na segunda-feira 23, que essa agência tem de permanecer aberta”, conclama Chico.
Ofício – O Sindicato enviou ofício à direção da Caixa reivindicando que a decisão de fechar mais de 100 agências seja revista.
> Cartilha em defesa dos bancos públicos