São Paulo - Demissão de adoecidos após exame de retorno ao trabalho; obrigar a voltar ao trabalho após indevida cessação de benefício; recusa em aceitar atestado médico; convocação para retorno ao trabalho antes da perícia no INSS; utilização do exame periódico ou de retorno ao trabalho em substituição ao demissional. Estes são apenas alguns exemplos de situações corriqueiras que demonstram o total descaso do Santander com a saúde dos seus funcionários. Diante deste quadro, o Sindicato realizou protesto na Torre, matriz do banco, na terça-feira 31.
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“A postura do Santander é absurda, desumana. O médico do banco chegou ao ponto de ignorar atestados de colegas e considerar apta para o trabalho uma bancária que depende de cilindro de oxigênio para respirar por conta de um AVC. Um cilindro que pesa dez quilos e dura apenas quatro horas. Isso sem contar as inúmeras lesões por esforço repetitivo que ela desenvolveu devido ao trabalho no banco”, critica o dirigente da Fetec-CUT/SP e funcionário do Santander Roberto Paulino.
“Os procedimentos adotados pelo Santander em relação à saúde dos funcionários violam direitos fundamentais que contam com proteção e garantias especiais previstas tanto na legislação nacional como internacional. Por isso, estamos aqui na Torre hoje, denunciando esta postura irresponsável de um banco que lucrou no Brasil R$ 7,2 bilhões apenas nos nove primeiros meses de 2017, resultado 34,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado”, acrescenta.
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Em agosto, o Sindicato notificou o Santander extrajudicialmente sobre o desrespeito à saúde dos bancários e também à legislação. No mesmo mês, foi realizada ainda reunião entre banco e movimento sindical sobre o tema. Entretanto, a direção do Santander sequer respondeu os questionamentos dos representantes dos trabalhadores e continua insistindo nas práticas nocivas à saúde dos seus funcionários.
No protesto, além de dialogar com os funcionários da Torre e promover ato lúdico denunciando a irresponsabilidade do banco (vídeo abaixo), o Sindicato reivindicou que a instituição: pare de demitir pais e mães de família que adoeceram pelo excesso de trabalho e metas abusivas - o que tem enlouquecido os trabalhadores bancários -; cobrou o fim da utilização do exame de retorno para demitir; respeito aos atestados médicos emitidos com afastamento por tempo indeterminado, que o banco não tem aceitado; e acesso aos dados do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) para que o Sindicato possa exercer seu legítimo papel fiscalizador e verificar se o Santander está de fato atuando para a prevenção de riscos e doenças ocupacionais.
“Manteremos nossa mobilização e tomaremos todas as medidas cabíveis para que o Santander respeite os bancários brasileiros, que garantem 26% do seu lucro global, o melhor resultado de todos os países onde o grupo espanhol atua”, conclui Roberto Paulino.
Denuncie - Caso seja vítima dessas práticas, o bancário deve denunciar ao Sindicato através dos dirigentes, por meio do canal de denúncias Assuma o Controle, pelo 3188-5200 ou WhatsApp (11 97593-7749). O sigilo é absoluto.
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