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Chapéu
Direito respeitado

Sindicato cobra, e Santander paga abono para demitidos

Linha fina
Foi necessária a intervenção da entidade para que banco cumprisse a CCT. Agora, demitidos entre 4 e 30 de setembro receberão o abono de R$ 2 mil previsto na Campanha Nacional 2020
Imagem Destaque

O Santander estava descumprindo a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários não pagando aos demitidos em setembro o abono único de R$ 2 mil previsto no acordo conquistado na Campanha Nacional deste ano. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a COE (Comissão de Organização dos Empregados) cobraram, e o banco pagará aos trabalhadores o que lhes é devido. Assim, os bancários demitidos entre 4 e 30 de setembro deste ano receberão o abono único, previsto na CCT da categoria. Os desligados não precisam acionar o banco - o pagamento será automático nos próximos dias.

“A CCT 2020-2022 é clara: determina o pagamento do abono único no valor de R$ 2 mil a todos os bancários que estavam ativos até 31 de agosto deste ano. E o prazo para que os bancos efetuassem esse crédito era até 30 de setembro. Portanto, os desligados do Santander em setembro devem receber esse valor imediatamente”, explica a diretora do Sindicato e coordenadora da COE, Lucimara Malaquias.

“O Santander foi o primeiro dos grandes bancos a descumprir o compromisso de não demitir durante a pandemia assumido em março. E foi a instituição financeira que mais desligou trabalhadores, deixando milhares de pais e mães de família sem emprego em plena crise sanitária, mesmo tendo apresentado lucro. Seria mais absurdo ainda que, além de demitir, o banco ainda deixasse de pagar os direitos devidos a esses trabalhadores, prejudicando-os ainda mais”, critica a dirigente.

Diante de denúncias de bancários, o Sindicato enviou ofício ao banco, no início de outubro, cobrando que cumprisse o acordo. “A CCT é clara na definição do critério de pagamento do abono, e ao banco só cabe o cumprimento”, destaca Lucimara, acrescentando que a atuação da entidade na defesa dos direitos da categoria só é possível com a parceria dos trabalhadores. “Os bancários devem continuar nos procurando para denunciar qualquer irregularidade. É essa proximidade dos trabalhadores com a entidade que fortalece nossa categoria”, diz.

É preciso destacar que sobre o valor do abono ainda há incidência do Imposto de Renda.

Relembre

A Campanha Nacional dos Bancários 2020 conquistou um acordo de dois anos (2020-2022) que, além de manter todos os direitos da CCT da categoria, determinou para este ano: reajuste de 1,5% sobre salários, mais abono único de R$ 2 mil a todos os bancários; e ainda reposição da inflação para demais verbas como VA, VR, auxílio-creche/babá e valores fixos e tetos da PLR. E para 2021: reposição da inflação mais aumento real de 0,5% sobre salários e demais verbas.

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