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Saúde Caixa: Conselheiros eleitos cobram transparência nos dados e informações

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Imagem de um cartaz com o logo do Saúde Caixa, e ao fundo punhos cerrados erguidos

A última reunião do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, plano de saúde dos empregados da Caixa, foi marcada pelo debate sobre a importância de a Caixa reestruturar a sua política de RH de forma mais regionalizada, buscando atender assim as necessidades dos beneficiários. Na reunião, foram reivindicadas soluções imediatas para o problema.

“Gestão descentralizada é um facilitador para que se reconstrua o relacionamento humano dentro do banco público”, destaca o diretor executivo do Sindicato e conselheiro eleito pelos usuários do Saúde Caixa, Francisco Pugliesi, o Chico.

“Queremos uma gestão humanizada e a área de pessoas é a que lida com as questões relacionadas ao dia a dia de trabalho dos colegas. É urgente a revisão dos processos para reduzir os adoecimentos, sobretudo os decorrentes de assédio em razão das metas abusivas”, acrescenta.

De acordo com o diretor do Sindicato, mesmo que a ampliação do credenciamento tenha sido atendida em parte, há a necessidade de que a gestão do Saúde Caixa seja descentralizada, uma vez que os problemas do plano se repetem em todas as regiões, nas grandes capitais e municípios menores.

Custeio

Na reunião, os conselheiros eleitos pelos usuários do Saúde caixa defenderam um debate mais profundo sobre o custeio do plano, com transparência na apresentação dos dados, e voltaram a cobrar que este debate vá além da questão financeira, levando em consideração a grande quantidade de descredenciamentos e o consequente sucateamento do plano no último governo.

Foi enfatizado ainda pelos conselheiros eleitos que os princípios fundamentais do Saúde Caixa - mutualismo, solidariedade e pacto intergeracional, com 70% dos custos arcados pelo banco e 30% pelos empregados - devem ser priorizados na definição do modelo de custeio, sem ignorar outras questões como, por exemplo, a qualidade no atendimento de usuários e credenciados.

Os conselheiros eleitos reforçaram ainda a cobrança para que a Caixa apresente respostas para todas as reivindicações relacionadas com o Saúde Caixa, sendo a verificação dos números - com uma base de dados certificada, com a competência atuarial e financeira - parte fundamental. Além disso, é importante que os dados estejam vinculados à questão médica, não da forma superficial como ocorre hoje, mas de maneira ampla, com o debate a respeito dos tipos de doenças e seus custos.

Também foi reivindicado o retorno da cobertura do custo administrativo exclusivamente pela Caixa, uma vez que as decisões de gestão são tomadas pelo banco, sem a participação dos empregados. Outra reivindicação foi que o banco assuma os custos e a responsabilidade não só pelos afastamentos para tratamento de doenças causadas em decorrência do trabalho, como daquelas que evidentemente são subnotificadas.

“Tem muitos colegas tomando remédios controlados, devido as pressões por metas abusivas; que tem bursite e continuam em seus locais de trabalho, por medo de perder função", alerta Chico, reforçando que a ausência de uma política no banco que promova a saúde dos trabalhadores e o acompanhamento de doentes crônicos prejudica os usuários do Saúde Caixa e onera o próprio plano de saúde.

Edital

Na reunião, a Caixa apresentou dados financeiros e a evolução dos novos credenciados.

Os conselheiros criticaram a falta de informações sobre um edital em andamento para contratação de empresa de auditoria médica, que já vinha sendo negociado por dois anos, e nunca foi apresentado nas reuniões do Conselho de Usuários. No entendimento dos empregados, a iniciativa unilateral coloca em risco o modelo de custeio, abrindo margem para a terceirização de atividades fundamentais, além de elevar os custos do plano.

A Caixa se comprometeu a fazer reunião extraordinária com o Conselho, a ser marcada em breve, para explicar o edital.

Outro ponto que preocupa os conselheiros é o andamento da negociação sobre o custeio do plano, que vem sendo feita pelo Grupo de Trabalho do Saúde Caixa. “Quando a Caixa segrega informações do Conselho, passando dados completamente diferentes aos apresentados anteriormente, o que ocorre é uma insegurança na credibilidade dessas informações, além de um desrespeito com os usuários e seus representantes”, avalia Chico.

Mobilização

Em meio à negociação para a renovação do acordo aditivo específico do Saúde Caixa, as entidades representativas dos empregados da Caixa, juntamente com o Sindicato, estão realizando diversas reuniões nos locais de trabalho para esclarecer e mobilizar os trabalhadores na luta em defesa do plano de saúde.

Além disso, na próxima quinta-feira 5, às 19h, a Fetec-CUT/SP, junto com os sindicatos da sua base, promove uma plenária estadual, de forma virtual, para atualizar os empregados da Caixa, da ativa e aposentador, sobre o andamento das discussões com o banco, além de debater possíveis formas de superar o impasse que está posto neste momento nas negociações.

A Caixa insiste em limitar sua participação no custeio do plano de saúde a 6,5% da folha de pagamento, teto este incluído no estatuto do banco no governo Temer e mantido no governo Bolsonaro.

"É fundamental a participação de todos os empregados, da ativa e aposentados, para organizarmos juntos a luta em defesa do Saúde Caixa e de seus princípios fundamentais: solidariedade, mutualismo e pacto intergeracional. Vamos juntos defender o nosso plano de saúde", conclama Chico.

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