
Na manhã desta quinta-feira (16), o terceiro dia da Plenária Nacional da CUT começou com uma importante atividade conduzida pelas mulheres da Central Única dos Trabalhadores. A Plenária das Mulheres da CUT, realizada na Quadra dos Bancários, teve como foco o debate sobre igualdade de gênero, enfrentamento da violência e promoção de espaços sindicais mais seguros e inclusivos.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, anfitrião da atividade, participou da plenária com sua presidenta, Neiva Ribeiro, compondo a mesa de debates. Em sua fala, Neiva reafirmou o compromisso histórico da entidade com a defesa dos direitos das mulheres e ressaltou a necessidade de políticas que garantam inclusão e igualdade de oportunidades.
"Precisamos muito ter uma intersecção de gênero em todas as políticas públicas porque, em todas as fases da vida, as mulheres são as pessoas que mais sofrem. Da juventude à maturidade, quando queremos atuar politicamente, se temos uma orientação diversa, se somos negras… Tudo para nós é mais difícil. Por isso, precisamos de políticas públicas que nos apoiem", afirmou Neiva Ribeiro.

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e vice-presidenta nacional da CUT, também participou da plenária. Ao longo de sua explanação, Juvandia abordou a forte relação entre a luta das trabalhadoras e a luta de classes.
"Não adianta dizer que a luta é só de classes. Ela é de classes, mas tem recorte de gênero, raça e orientação sexual. A realidade do mercado de trabalho não é a mesma para as mulheres, não é a mesma para os negros e negras, não é a mesma para as pessoas com deficiência, para as pessoas LGBTQIA+. Então, não adianta falar de luta de classes se a gente não olhar para a classe trabalhadora e seus vários vieses", explicou.
Bandeiras de luta
Além de reforçar a luta contra as opressões de gênero, as mulheres cutistas aprovaram também a defesa da ratificação, pelo Brasil, das Convenções 190 (Fim da Violência e do Assédio no Mundo do Trabalho) e 156 (Igualdade de Oportunidades e de Tratamento para Homens e Mulheres), ambas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A ratificação dessas convenções depende agora da aprovação do Congresso Nacional. "Conseguimos agendar, para a próxima semana, uma audiência pública com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para cobrar o avanço da tramitação dessas convenções na Casa", informou Amanda Corcino, secretária da Mulher da CUT.
A Plenária das Mulheres da CUT também contou com a participação online da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e com mensagem especial da ministra das Mulheres, Márcia Lopes. Ambas parabenizaram a iniciativa e ressaltaram a importância das trabalhadoras na defesa, ampliação e consolidação dos direitos sociais no Brasil.
