São Paulo – Parte das comemorações do Mês da Consciência Negra, a 17ª edição do Cortejo Afro dos Bancários ressaltou, na terça-feira 21, a importância da luta para acabar com a discriminação racial no Brasil, principalmente no setor financeiro e no mercado de trabalho. Este ano o desfile homenageou grandes mulheres negras.
“Os bancos, quando contratam negros e negras, os deixam escondidos. Eles nunca estão em locais de evidência, difícil vê-los numa posição de gerência. Nossa luta, na categoria bancária, é por mais contratações de negros e negras. E somos também contra os ataques feitos à cultura afro, à religião e às matrizes africanas no país. Nossa luta é por igualdade racial, por salários iguais de brancos e negros”, ressaltou Ivone Silva, presidenta do Sindicato, que é a primeira negra a ocupar o cargo.
Partindo no fim da manhã da sede do Sindicato, na Rua São Bento, e percorrendo ruas do centro velho de São Paulo, o Cortejo Afro empolgou a população ao longo de seu percurso. Quem puxou o desfile foi a passista Giseli Alves. A música ficou por conta da escola de samba Tom Maior e foi entoada por dirigentes sindicais e participantes.
“É uma tradição do nosso Sindicato, que traz no mês da Consciência Negra a importância dos debates por uma sociedade de diversidade, sem racismo, com respeito às diferenças e com inclusão de negros e negras. Os afrodescendentes representam 54% da população e somente 24% estão inseridos no mercado de trabalho do sistema financeiro. Deste total, só 10% são mulheres”, acrescentou Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato.
O cortejo é realizado todos os anos pelo Sindicato em alusão ao Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares (em 1695), líder na luta contra a escravidão.
Assista vídeo sobre o Cortejo Afro: