Representantes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) acompanharam as condições às quais estão submetidos os dependentes de substâncias psicoativas na região da Luz, centro da cidade de São Paulo, conhecida como Cracolândia. O grupo apurou, na quarta-feira 7, que os serviços de atendimento prestados aos usuários ainda não são suficientes para dar conta da situação de vulnerabilidade em que se encontram e defenderam que o tema deve ser tratado no âmbito da saúde pública.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
"A forma como estão vivendo essas pessoas que acabamos de visitar, sinceramente, é uma situação de insegurança humana. Para falar de segurança, temos que falar primeiro de segurança humana e dar respostas a essa população", declarou a vice-presidenta da CIDH, Esmeralda Arosemena, que vem acompanhando o panorama dos direitos humanos em diversas regiões do Brasil, pela primeira vez, em 23 anos.
A visita ocorre oito meses depois de entidades denunciarem junto à Comissão, que faz parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Bogotá, na Colômbia, casos de violações de direitos cometidas pelos governos municipal e estadual. À delegação, entidades, ex-usuários e os que estão em recuperação criticaram a descontinuidade das políticas públicas com a mudança de gestão, citando como exemplo o fechamento do programa De Braços Abertos, criado na gestão de Fernando Haddad (PT), para a implantação do Redenção, do agora governador João Dória (PSDB) que, segundo eles, atua sob uma ótica higienista.
A partir da visita, a expectativa das entidades é que novas políticas possam ser elaboradas para melhorar a vida da população da região.
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